O cerco militar imposto pelo exército republicano a Porto Alegre, um dos mais dramáticos e violentos episódios da Revolução Farroupilha (1835-1845), é o tema do documentário independente para cinema e televisão “O Cerco - Uma guerra contra o Império”.
- Entre tantos acontecimentos impactantes da época, explica o diretor Luiz Fonseca, escolhemos essa história, porque além de representar em si mesmo um episódio apaixonante e dramático, capaz de emocionar o público, ao mesmo tempo envolve questões atuais e universais. Uma das principais causas da revolta foi a relação de dependência existente entre as províncias e o poder central opressor. Um pacto federativo econômico e socialmente injusto que se mantém ainda hoje em suas linhas gerais.
O diretor Luiz Fonseca esteve presente na 38ª Feira do Livro de Camaquã expondo o trabalho, no final de semana que passou. Na foto, ele aparece ao lado da produtora Maria do Céu Albuquerque e da diretora de Tursimo de Camaquã, Nilza Tessmann.
Mulher - O documentário procura ainda fazer justiça às mulheres que embora tivessem participado ativamente da revolução, inclusive no campo de batalha, foram esquecidas pela narrativa histórica. Uma delas foi a primeira mulher a fundar e editar um jornal no Brasil.
Imprensa - A imprensa da época, com sua linguagem violenta e militante foi responsável pela criação de um clima de exaltação ideológica e ódio político, preparando as consciências e o ambiente social para a guerra.
Até o momento, gravaram depoimentos e entrevistas para o documentário “O Cerco - Uma guerra contra o Império”, os historiadores Moacyr Flores, Hilda Flores, Sergio da Costa Franco, Cláudio Moreira Bento e Vitor Ortiz. Mais os jornalistas Elmar Bones e Euclides Torres, a escritora Letícia Wierzchowski, o pesquisador Telmo Fortes e o professor Antonio Boero, diretor do Museo Sin Fronteras, em Rivera, Uruguai.