Saúde

Nanocápsulas ativadas por calor podem ajudar no tratamento do câncer

As nanocápsulas são colocadas no sistema circulatório e, por serem feitas de membranas de células cancerosas, tendem a se incorporar nas células tumorais
Publicado: 09/06/2019 às 13:14 | Atualizada: 17/11/2020 às 09:25
Agência Brasil

Uma nova técnica que envolve o uso de nanocápsulas pode ajudar no tratamento de tumores.

O método envolve o transporte de medicamentos antitumor por meio de cápsulas em escala nanométrica (bilionésima parte do metro) feitas com membranas de células cancerosas. Junto com os medicamentos, elas carregam materiais fotoativos (ativados pela luz), como o ouro, que aquecem ao serem irradiados com luz infravermelha, matando as células cancerosas.

A experiência foi desenvolvida por pesquisadores do Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo (IFSC-USP).

“Para construir essa nanocápsula, usamos, não um material convencional como um polímero, mas a membrana de uma célula do tumor. Extraímos a membrana que reveste a célula e com ela fizemos a cápsula. Lá dentro vai um remédio – um quimioterápico – e esses nanobastões de ouro. Com isso, conseguimos entrar no tumor. O fármaco é liberado e aquecemos os nanobastões irradiando luz, fazendo com que ele destrua a célula por elevação da temperatura”, disse o professor Valtencir Zucolotto, do IFSC-USP e orientador da pesquisa.

As nanocápsulas são colocadas no sistema circulatório e, por serem feitas de membranas de células cancerosas, tendem a se incorporar nas células tumorais. Para encontrá-las, são utilizados meios como tomografia ou ressonância magnética.

Em seguida, é feito o núcleo magnético é aquecido para promover a morte do tumor. O trabalho foi desenvolvido no doutorado de Valéria Spolon Marangoni, que integra o Grupo de Nanomedicina e Nanotoxicologia (GNano), e contou com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo (Fapesp).

Testagem

Os experimentos feitos em colaboração com o professor Wagner José Fávaro, do Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), utilizaram nanobastões de ouro e o quimioterápico betalapaxona, envoltos em nanocápsulas de membrana celular, para tratar tumores de bexiga induzidos em camundongos.

Os resultados, publicados na revista Applied Bio Materials, mostraram que as nanocápsulas se ligaram aos tumores e, ao serem irradiadas com luz infravermelha, se romperam e liberaram os nanobastões de ouro e a betalapaxona entre dez e 20 minutos depois de iniciado o processo. De acordo com as análises dos tecidos, nenhum dos tumores na bexiga dos camundongos cresceu e alguns regrediram.

Zucolotto destaca que ainda não há previsão para experimentos em humanos. “Normalmente, seguiria para outros tipos de ensaios clínicos fase 2, 3, e leva anos. É necessária a aprovação de todos órgãos, até que um dia, se for tudo bem, se for comprovada a eficácia, a segurança, poderá ser testado em humanos. É o caminho natural. Não sabemos quanto tempo.”

Dengue

RS recebe primeiro lote de 31,5 mil doses da vacina contra a dengue

Doses serão distribuídas na Região Metropolitana de Porto Alegre

6 dias atrás

Brasil passa de 4 milhões de casos de dengue; mortes chegam a 1.937

Outros 2.345 óbitos estão sendo investigados

6 dias atrás

RS mantém liderança na campanha de vacinação da gripe, com 34% dos grupos prioritários vacinados

Campanha de vacinação começou em 25 de março e vai até o dia 31 de maio

1 semana atrás
Dengue

Combate à dengue é tema de campanha em escolas municipais de Tapes

Palestras indicam como se precaver contra o mosquito transmissor

1 semana atrás
Vacina

Governo brasileiro aumenta público-alvo da vacinação contra HPV

Pacientes com papilomatose respiratória deverão receber a vacina

1 semana atrás
Cuidado

Pediatras dão dicas de como evitar quedas de crianças

Em dez anos, internações no SUS por esse motivo passaram de 335 mil

1 semana atrás