O Instituto Geral de Perícias (IGP) fez a análise, na terça-feira (25), do líquido corrosivo encontrado nas roupas das vítimas dos ataques, em Porto Alegre, na última semana. De acordo com o perito penal do Departamento de Perícias Laboratoriais do IGP Marcos José Souza Carpes, a análise foi simples.
"Não foi usada nenhuma substância desconhecida. É uma substância bem comum, uma substância corrosiva. Verificamos que, em todas as vestes, era o mesmo tipo de substância corrosiva. A partir do primeiro laudo já se sabe quais eram as substâncias que eram utilizadas para esse ataque".
O caso é tratado como prioridade. O primeiro laudo será divulgado na sexta-feira (28) e os outros quatro devem ser entregues na semana que vem.
"Esse tipo de dano é causado por substâncias corrosivas, mais comumente ácidos e bases. Nós fomos já direcionados para esse tipo de substância".
Segundo o perito do IGP, já se sabe qual foi o produto usado nos ataques.
"A gente considera conclusivo essa substância, que nós vamos divulgar. Nós temos convicção de que foi essa substância. Os métodos de análise dessas substâncias são relativamente simples, não requer equipamentos sofisticados, tanto que a gente conseguiu fazer a análise rapidamente. Recebemos ontem [terça-feira] as vestes das vítimas e conseguimos, no mesmo dia, já determinar. Só temos agora que redigir os laudos, que tem um pouco mais de demora".
Ataques aconteceram na Zona Sul
O primeiro ataque aconteceu no fim da noite de quarta-feira (19), quando um homem de bicicleta jogou o líquido no rosto da primeira pessoa atingida, na Rua Santa Flora, bairro Nonoai. Na sexta-feira (21), em menos de uma hora, foram registrados quatro ataques de carro – dois no local do primeiro ataque e os demais, no bairro Aberta dos Morros.
Enquanto aguarda o resultado, a Polícia Civil ainda tenta identificar o autor das agressões. A investigação aponta tratar-se de um homem com idade aparente de 25 anos, e que usou um carro HB20 branco. "Tem vários vídeos, mas em nenhum deles conseguimos identificar o carro", afirma o delegado Luciano Coelho, um dos que investigam o caso.
As cinco vítimas – quatro mulheres e um adolescente de 17 anos prestaram depoimento. O G1 conversou com quatro delas. Confira aqui todos os relatos.