A equipe do Instituto Estadual de Educação Assis Chateaubriand realizará uma reunião, na manhã desta quinta-feira (22), com pais e professores, para acalmar a comunidade escolar e debater medidas de segurança após o ataque acontecido no dia anterior, no colégio. Um ex-aluno agrediu quatro estudantes com uma machadinha, durante a tarde de quarta-feira (21). Nenhum ficou gravemente ferido e todos já foram liberados após atendimento médico.
As aulas foram suspensas e devem ser retomadas na próxima semana. Cerca de 700 alunos do ensino fundamental, médio e técnico estão matriculados na escola, de acordo com a Secretaria Estadual de Educação.
A supervisora do turno da tarde, Selma Brenner, ressalta que o caso é atípico e que a escola é tranquila. "A gente não tem porteiro, mas temos porta eletrônica. Só que estava no intervalo do meio-dia, aí fica aberta para os alunos entrarem e saírem", conta, ao G1. O espaço está equipado com câmeras de segurança, afirma.
'Parecia assustado'
O criminoso foi desarmado pelo professor Juliano Mantovani, e logo após, conseguiu se desvencilhar e fugir. O docente conta que o jovem não esboçou nenhuma reação ao ser abordado. "Parecia muito assustado", descreve Mantovani. A supervisora ainda relata que uma merendeira tentou deter o rapaz durante a fuga, mas não conseguiu.
A Polícia Civil, que tomou o depoimento do rapaz durante a tarde, após ele ter sido encontrado pela Brigada Militar horas depois do ataque, informou que ele é ex-aluno da escola, e que era vítima de bulliyng de um ex-colega. A supervisora confirma a informação, e relata que não há nenhum registro de agressão contra ele nos históricos da escola.
Chá para acalmar
Alunos e professores entraram em pânico após o ataque. Os feridos foram encaminhados para atendimento médico, e depois, liberados. Conforme a supervisora, os estudantes do ensino fundamental não presenciaram a situação, pois ficam em um prédio separado. "As crianças pequenas nem viram aquele tumulto".
"Logo [após o ataque] fomos pegar os que tinham ficado na sala, providenciar atendimento e chamar os pais. As crianças ficaram em pânico. As merendeiras ajudaram, fazendo chá para acalmar", conta a professora.
Passado o susto, a escola vai discutir formas de aumentar a segurança. Selma diz que a direção deve pedir um guarda escolar, para ficar na escola. "Já tivemos, mas atualmente, estamos sem", comenta.
Internação deferida
No começo da noite de quarta, foi deferida pela Vara da Infância e da Juventude da cidade a internação provisória do adolescente. A promotora de Justiça da Infância e da Juventude de Charqueadas acrescenta que não há nenhum antecedente relacionado ao suspeito.
Em depoimento à polícia, o adolescente afirmou que tinha a intenção de matar um ex-colega com quem tinha uma desavença, conforme a Polícia Civil.
Segundo o delegado Marco Aurélio Schalmes, o criminoso alegou ter um desafeto com um ex-colega do 5º ano do ensino fundamental. Depois, quando trocou de escola, pensou em se vingar das agressões que sofria, informa o delegado. Ele agiu sozinho e, antes de desferir os golpes com a machadinha, tentou incendiar a sala, jogando um coquetel molotov.
O dispositivo não pegou fogo. O rapaz conseguiu fugir e foi localizado na casa do pai.