Justiça

Defesa do vereador de Porto Alegre André Carús entra com pedido de licença na Câmara

De acordo com advogado do parlamentar, medida tem como objetivo afastar suspeitas de que ele possa interferir nas investigações. André Carús (MDB) foi preso na terça (1)
Publicado: 02/10/2019 às 13:42 | Atualizada: 17/11/2020 às 07:39
G1

A defesa do vereador André Carús (MDB) protocolou, na manhã desta quarta-feira (2), um pedido de licença na Câmara Municipal de Porto Alegre. O parlamentar, preso numa operação da polícia na terça-feira (1), é suspeito de exigir que os servidores façam empréstimos consignados e repassem o dinheiro para ele.

De acordo com o advogado Jader Marques, a medida tem como objetivo afastar suspeitas de que o parlamentar possa interferir nas investigações e "reafirma seu compromisso de colaborar com o inquérito".

"A defesa acrescenta que o vereador mantém firme seu propósito de esclarecer integralmente os fatos, provando sua inocência", informou em nota enviada ao G1.

A licença é por tempo indeterminado. A presidente da Câmara irá decidir quando começa a valer.

Investigação

Na operação, foram cumpridas três ordens de prisão e 10 de busca e apreensão, inclusive no gabinete do parlamentar, na Câmara de Vereadores da Capital, e na casa dele e de assessores.

Além do vereador, outras três pessoas foram presas, uma delas em flagrante por porte ilegal de arma.

Em entrevista à RBS TV, na segunda-feira (30), Carús negou as acusações. "Nunca fiz isso, jamais. Jamais, nem tenho notícia de que isso pode ter acontecido no meu gabinete. Para mim é novidade".

As buscas também atingem uma financeira e os departamentos de Água e Esgotos (Demae) e de Habitação (Demhab) da prefeitura da Capital, onde trabalham cargos comissionados indicados por Carús.

Esquema revelado por ex-assessora

"Estamos investigando, em princípio, o crime de concussão, que é exigir vantagem indevida a partir do seu cargo público, valendo-se do cargo público, e também associação criminosa", disse o delegado responsável pela investigação, Max Ritter.

O esquema foi revelado por uma ex-assessora, que além de procurar a polícia, contou os detalhes da fraude à reportagem da RBS TV, que realizou investigação independente.

Uma mulher, que trabalhava com o vereador desde 2017, fez três empréstimos que somam R$ 100 mil. À reportagem, ela disse que entregou todo o dinheiro a Carús, e que a maior parte do salário de R$ 14 mil era usado para pagar as parcelas do empréstimo. Ela decidiu fazer a denúncia depois de ter sido demitida.

"No início ele dizia que eram dívidas que ficaram da campanha que ele tinha que pagar e ele não tinha como. Que isso, na verdade, ficaria no primeiro ano de mandato e depois isso findaria, mas só que nunca teve fim. Cada vez foi só aumentando a dívida".

Numa gravação com câmera escondida, um funcionário da financeira que fez os empréstimo mostra que a empresa sabia do esquema. Ele cita o nome do vereador e diz que a ex-assessora não ficará com o "nome sujo".

"Acho que tu falou com o vereador André Carus também, né? Falei com o vereador também, por telefone, e mais, a diretoria está sabendo de tudo. Então, ficou garantido que vamos liquidar, na medida do possível, todo o teu CPF, sem nunca te trazer nenhum problema para o teu CPF", disse, sem saber que estava sendo gravado.

"Não podemos descartar essa hipótese que outras pessoas também tenham se locupetado [enriquecido] de alguma forma a partir do valor desses empréstimos que foram contraídos juntos a esta instituição financeira, se, com alguma parte ou com o valor integral de cada um desses empréstimos. É isso que, a partir das provas que apreendemos na data de hoje, vamos verificar", disse o delegado.

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