Saúde

Especialistas alertam para importância do tratamento bucal no combate à sífilis

Conforme Fernanda Carvalho, da Coordenação Estadual de IST/Aids, da Secretaria da Saúde (SES/RS), trata-se de uma doença negligenciada e o “esquecimento” em torno da prevenção e tratamento “está cobrando seu preço em termos de estratégia de saúde pública”
Publicado: 24/10/2019 às 15:29 | Atualizada: 13/11/2020 às 20:11 | Secretaria da Saúde RS

Considerada uma epidemia hoje, no Brasil, a sífilis é uma das infecções sexualmente (IST) mais comuns e é um problema que vem crescendo no mundo e no Brasil. O Rio Grande do Sul está em segundo lugar no ranking nacional e a tendência é de crescimento. Em 2017, a taxa no Estado era de 113,8 por 100 mil habitantes, muito acima da nacional, que está em 58 por 100 mil habitantes. A situação é tão preocupante que virou tema central da XVIII Semana Estadual de Saúde Bucal e foi debatida no Seminário “Manifestações bucais das infecções sexualmente transmissíveis – sífilis e Aids”, que ocorreu nesta quinta-feira (24), no Centro Administrativo Fernando Ferrari (CAFF), em Porto Alegre.

Conforme Fernanda Carvalho, da Coordenação Estadual de IST/Aids, da Secretaria da Saúde (SES/RS), se trata de uma doença negligenciada e o “esquecimento” em torno da prevenção e tratamento “está cobrando seu preço em termos de estratégia de saúde pública”. No Rio Grande do Sul, os problemas estão mais concentrados nas regiões metropolitana, missioneira, norte, sul e serra, nesta ordem. Os casos de sífilis congênita (transmitida ao feto pela placenta) também são considerados altos no Estado, que já é o terceiro no ranking nacional, com quase dois mil casos este ano.

“Sífilis é uma doença antiga e estigmatizada. A sociedade não quer falar sobre isto, mas é preciso”, observa Fernanda, acrescentando que há cura com tratamento, que é barato e relativamente fácil. O cirurgião dentista e especialista em estomatologia, Matheus Claudy, concorda que é preciso romper com a cultura de não falar sobre a questão. “Podemos fazer o teste rapidamente em uma UBS (Unidade Básica de Saúde), mas os pacientes relutam e é preciso mudar isto”. Segundo ele, o diagnóstico precoce resulta em tratamento mais rápido e eficaz. “É uma doença fácil de tratar, por isto temos de acabar com o estigma”.

À plateia, formada por cirurgiões-dentistas, auxiliares e técnicos em saúde bucal de municípios gaúchos, ele fez um apelo: “nós, que atendemos na rede pública, peçamos o teste, é mais fácil começar por aí”. Fernanda Carvalho apoiou a manifestação e disse que acontece muito de profissionais investigarem lesões, mas ninguém pedir testes de sífilis e HIV.

Além deste seminário, promovido pela Coordenação Estadual de Saúde Bucal da SES/RS, a XVIII Semana Estadual de Saúde Bucal é marcada também por um Encontro Regional de Saúde Bucal, que ocorre nesta sexta-feira, 25, na Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), voltado para cirurgiões- dentistas da rede pública e acadêmicos da Faculdade de Odontologia.

Cuidado

Pediatras dão dicas de como evitar quedas de crianças

Em dez anos, internações no SUS por esse motivo passaram de 335 mil

2 dias atrás

Sintomas parecidos, mas causas diferentes! Entenda a diferença entre virose, intoxicação alimentar e H. pylori

Cuidados com a higiene de mãos, alimentos e ambientes pode evitar os problemas

3 dias atrás

RS deve receber primeiro lote de vacinas contra a dengue nos próximos dias

Seis municípios gaúchos receberão as doses

3 dias atrás
Prevenção

Dia de conscientização contra a meningite: neurologista explica como se prevenir

Data representa a luta contra a doença no mundo

5 dias atrás
Dengue

RS registra mais seis mortes e se aproxima de 100 óbitos causados pela dengue

Essa já é a maior marca da última década

5 dias atrás
Fiocruz

Internações por gripe e vírus sincicial aumentam no Brasil

Casos de covid-19 têm tendência de queda

1 semana atrás