A uma semana da data de votação do pacote de reformas encaminhado em regime de urgência pelo governo do Estado à Assembleia Legislativa, o presidente da Casa, Luís Augusto Lara (PTB), volta a insistir na necessidade de mais tempo para discutir o texto. O projeto que altera, entre outros pontos, o plano de carreira e aposentadoria de servidores estaduais está na pauta do próximo dia 17. Apenas o Piratini pode retirar o regime de urgência da pauta, que tranca as demais propostas da fila caso não seja apreciada.
Segundo Lara, são mudanças “profundas”, e que alteram a vida dos gaúchos. “Se você mexe tanto numa categoria que ela paralisa, afeta milhões de pessoas. A segurança, por exemplo, com todas as dificuldades impostas, é uma das poucas que está entregando resultados com a baixa nos índices de criminalidade”, ponderou. O presidente prosseguiu admitindo que as reformas são necessárias, mas que é preciso debatê-las com a sociedade.
“Todo mundo sabe que é preciso fazer uma reforma no Estado. Tá acontecendo no Brasil, no mundo, se adaptar às dificuldades. Mas essa reforma precisa ser justa e igualitária, atingindo todas as categorias, para diminuir o peso do que está sendo feito.” Conforme o entendimento do chefe do Legislativo, os deputados precisam de mais tempo para poder votar o projeto com mais tranquilidade.Além disso, ressaltou que as reformas em pauta hoje alteram a vida dos gaúchos “pelos próximos 20, 30 anos”, e que esse fato gera a necessidade de um debate amplo e de uma divisão do ônus entre todos: “e não podemos correr o risco de não fazer uma reforma, tampouco de fazer uma reforma que pese apenas para um lado.” Por fim, disse que “seria bom que pudéssemos trazer outros setores para dentro da reforma, para que se tenha certeza que todos deem sua cota para a recuperação do Estado.”
Mérito Farroupilha
O preside ainda falou sobre as polêmicas envolvendo a medalha do Mérito Farroupilha. Conforme ele, o título é a maior honraria disponibilizada pelo parlamento do Estado, e é de escolha individual de cada parlamentar. Por mandato, cada legislador tem o direito de presentear de livre escolha uma personalidade que, em seu entendimento, contribuiu com o Estado.
“Talvez seria interessante propor alguma alteração, como a coleta de assinaturas, por exemplo. Colocar em votação acho que não seria adequado, coloca a pessoa a ser homenageada numa situação constrangedora”, ponderou. “Se o deputado somar 30 assinaturas dos demais colegas, por exemplo, levaria a medalha para seu escolhido”, sugeriu o presidente.