Apesar da escassez de chuvas, o nível do Guaíba é considerado satisfatório e melhor do que em períodos semelhantes de estiagem. De acordo com a Superintendência de Portos e Hidrovias (SPH), responsável pela medição, a água está em 60 centímetros, quando em tempos de seca era esperado um nível de 30 centímetros.
O chefe de divisão da SPH, Reinaldo Gambim, diz que o regime de ventos é o principal responsável pelo resultado. “Ano passado foi atípico em relação aos fenômenos naturais, e tivemos o nível mais baixo de águas em setembro”, explica. Segundo ele, o que tem garantido o regime de águas são os ventos soprando no quadrante Sul, que mantêm as águas represadas.
Nesta época o esperado é que os ventos soprassem no quadrante Norte/Nordeste, o que levaria a água para a Lagoa dos Patos. Com um bom volume de águas, a cidade ainda não tem problemas com algas, que constantemente prejudicam a qualidade da água no verão. De acordo com o diretor-geral interino do Departamento Municipal de Água e Esgotos (DMAE), Leomar Teichmann, a perspectiva é que este quadro se mantenha durante a estação: “A perspectiva é bem positiva de não termos algas, pois quanto maior o volume de água afluindo menor as chances de ocorrência”.
Teichmann explica ainda que o abastecimento não deve ser prejudicado mesmo que o nível do Guaíba baixe. “Só seria afetada a distribuição em um evento catastrófico”, afirma o diretor, que diz que os problemas que causam a falta de água em regiões mais distantes está ligado à distribuição e não ao volume de água.