Justiça

Começa julgamento de três réus acusados de matar adolescente em Charqueadas

Jovem de 17 anos morreu após ser espancado na saída de uma festa, em agosto de 2015. Outros seis acusados serão julgados em outras duas datas
Publicado: 20/01/2020 às 10:23 | Atualizada: 14/11/2020 às 02:06
G1

O julgamento popular de três dos nove acusados pela morte do adolescente Ronei Wilson Jurkfitz Faleiro Júnior, em Charqueadas, Região Metropolitana de Porto Alegre, começou na manhã desta segunda-feira (20). O jovem de 17 anos morreu após ser espancado na saída de uma festa, em agosto de 2015.

Os réus Peterson Patric Silveira Oliveira, Vinícius Adonai Carvalho da Silva e Leonardo Macedo Cunha responderão por homicídio qualificado (por meio cruel e com recurso que dificultou a defesa), associação criminosa e corrupção de menores. Além disso, são acusado por outras três tentativas de homicídio qualificado, já que agrediram, também, o pai da vítima, Ronei Wilson Faleiro, e um casal de amigos.

Leia mais abaixo o posicionamento das defesas dos nove réus.

O júri popular, marcado inicialmente para novembro, foi dividido em três julgamentos diferentes a pedido da defesa. Nove réus permanecessem presos (um deles em prisão domiciliar, os demais em preventiva) até seus julgamentos.

Alisson Barbosa Cavalheiro, Volnei Pereira de Araújo e Geovani Silva de Souza serão julgados a partir de 13 de abril, e Jhonata Paulino da Silva Hammes, Matheus Simão Alves e Cristian Silveira Sampaio em 27 de abril. Conforme o Ministério Público, eles formavam o “bonde da aba reta”. Todos tinham na época do crime entre 18 e 21 anos e responderão pelos mesmos crimes.

Há um décimo adulto acusado de envolvimento nos crimes. Ele foi denunciado depois dos demais e seu caso é apurado em outro processo, que deve ir a júri depois de respostas a recursos.

O MP apontou, ainda, a participação de sete menores de idade no crime. Quatro deles receberam medida socioeducativa de internação por três anos, prazo máximo estabelecido no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Os outros três foram absolvidos.

 

Contrapontos

 

A advogada Lorena Pires Garcia, que representa Alisson Cavalheiro e Cristian Sampaio, afirma que seus colegas e ela irão "buscar o esclarecimento dos fatos como realmente se sucederam, visando auxiliar os jurados na individualização das condutas. Podemos afirmar que temos elementos suficientes para trazer ao plenário a veracidade da ausência de autoria dos meus clientes, porque justiça é saber punir e a quem punir e confiamos no bom senso de todos que tiverem essa dura missão de julgar esse fato."

O advogado Diander Rocha, responsável pela defesa de Peterson Patric Silveira Oliveira, afirma que, "após analisar o processo cuidadosamente, manifesta seu compromisso com a sessão de julgamento que se inicia nesta segunda-feira. Externa também o respeito absoluto pela dor da família com esta perda lamentável. Serão levados aos jurados todos os elementos de provas para se fazer uma análise séria, a fim de um julgamento justo, com a certeza da distribuição da justiça nas condições do processo".

 

O réu Vinícios Adonai Carvalho da Silva será representado pelos advogados Lucas Mees Schacht e Celomar Cardoso. Schacht afirmou ao G1 que "ele acabou sendo envolvido na situação porque estava entre os demais. A única agressão que possa ter envolvimento dele é em relação ao amigo da vítima. Não teve nenhuma relação com o Ronei ou com o Ronei Júnior. Não há nexo entre a conduta dele com a morte do Ronei Júnior".

O advogado de Jhonata Paulino da Silva Hammes, Fabiano Cerveira, diz que "durante o julgamento será demonstrado aos jurados que Jhonata não participou das condutas imputadas pelo Ministério Público, buscando-se, ao final, a absolvição”.

Geovani Silva de Souza, Leonardo Macedo Cunha, Matheus Simão Alves e Volnei Pereira de Araújo são representados por defensores públicos. Procurada pela reportagem, a Defensoria Pública afirmou que não se pronunciará antes do júri e que irá comentar apenas após a decisão.

 

Relembre o caso

 

Na madrugada de sábado (1º de agosto), Ronei Júnior estava em uma festa, no Clube Tirandentes. Testemunhas relataram que, durante a festa, um amigo da vítima havia sido ameaçado de morte pelo grupo autodenominado Bonde da Aba Reta.

Na saída da festa, ele ofereceu carona para o amigo e a namorada. Porém, os três foram abordados pelos agressores.

Ronei Júnior foi agredido por chutes, socos e golpeado com os cacos de vidro de garrafas. O pai do jovem, que chegou ao local para buscá-lo, também acabou agredido.

Ele socorreu e levou o filho até o Hospital de Charqueadas. O adolescente chegou a ser encaminhado para o Hospital Santo Antônio, em Porto Alegre, mas não sobreviveu a um traumatismo craniano.

O Ministério Público pediu a prisão preventiva de oito adultos e a internação provisória de seis adolescentes pela morte do jovem. Eles foram detidos preventivamente três dias após o crime.

 

Naquela semana, moradores de Charqueadas viajaram para a capital para protestar e pedir mais segurança em frente à Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Sul. Os charqueadenses ainda fizeram uma manifestação na cidade para pedir justiça pelo caso.

Ao todo, 15 envolvidos foram presos ou apreendidos, sendo nove adultos e seis adolescentes, com idades entre 15 e 21 anos.

O inquérito concluiu que o crime foi motivado por uma disputa entre o grupo e outro formado por moradores de São Jerônimo, cidade próxima. Segundo a polícia, os criminosos não demonstraram remorso e se vangloriaram em um aplicativo de celular.

O engenheiro Ronei Wilson Jurkfitz Faleiro, pai da vítima, reconheceu alguns dos agressores como amigos de infância do filho. "Eram pessoas que conviveram com meu filho em alguns momentos, alguns frequentando a minha casa, em aniversários. Há pessoas que eu não conheço, mas entre os jovens tem pessoas conhecidas. Isso ratifica que vivemos em uma sociedade falida", comentou, à época.

 

     

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