Economia

Consultoria ajuda a levar diversidade para dentro das empresas

Sócias da 'Indique uma Preta' encontraram em uma rede de apoio de mulheres negras uma oportunidade de negócio
Publicado: 18/02/2020 às 10:15 | Atualizada: 06/11/2020 às 10:49
G1

Foi ajudando mulheres negras a entrar no mercado de trabalho de comunicação que as publicitárias Amanda Abreu (28), Daniele Mattos (26) e Verônica Dudiman (27) decidiram fundar, há seis meses, a Indique Uma Preta, uma consultoria voltada para promover mais diversidade dentro das empresas.

O foco delas é mudar a cultura organizacional dos negócios através de ações de conscientização sobre o racismo no Brasil e propostas para tornar o ambiente empresarial mais receptivo aos profissionais negros.

O repertório para montar a consultoria veio, além de suas trajetórias pessoais como mulheres pretas, formação acadêmica e experiência profissional, de uma mobilização em conjunto: o grupo Indique Uma Preta já existia muito antes de se tornar um negócio.

Em 2016, Daniele abriu um grupo em uma rede social com o objetivo de encontrar uma mulher negra para preencher uma vaga na agência de publicidade em que ela trabalhava.

“Quando a agência em que eu trabalhava lançava uma campanha com mulheres negras eu pensava: legal, mas cadê as pessoas negras comandando essa campanha? Há quatro anos, as discussões sobre racismo não tinham a densidade que têm hoje, mas eu sempre me questionava sobre essa repetição de padrões e sentia falta de referências na publicidade”, diz Daniele.Apesar de divulgar a oportunidade na rede social, a vaga na agência acabou não sendo preenchida por uma mulher negra. Mas o grupo vingou e cresceu com a chegada da Amanda, da Verônica e de centenas de mulheres no mesmo ano. A rede virou um espaço de troca diária de indicação de vagas de emprego e dicas que vão desde montar um currículo até como se comportar em uma entrevista.

Mas foi somente em 2018 que elas saíram da internet. Desde então, elas passaram a organizar workshops e mentorias para alavancar a inserção das mulheres negras mercado de trabalho, além de palestras sobre saúde mental e autoestima da mulher preta.

Foi em abril de 2019, após um evento sobre o mercado de publicidade, que elas perceberam que poderiam transformar toda essa mobilização em um negócio.

“Decidimos fazer um evento grande sobre empregabilidade e comunicação. Abrimos 30 vagas e se inscreveram 435 meninas. Foi muito difícil fazer a seleção. Todas eram muito qualificadas, mas demos preferência para as mulheres que estavam foram do mercado por algum motivo e também para as mais velhas”, conta Amanda.

As selecionadas passaram um dia inteiro com mulheres que são referências do mercado publicitário brasileiro, trocando experiências e reciclando técnicas.

“Depois desse evento, muitas empresas começaram a nos procurar perguntando ‘onde estão as mulheres negras?’. Pedindo indicações. Eles não faziam ideia de onde encontrá-las, de como falar com elas, de como recrutar e desenvolvê-las. Mas nós sabíamos fazer tudo isso”, diz Daniele.

“Foi neste momento que a gente percebeu que aquilo que estávamos fazendo era um serviço nosso, que a gente poderia oferecer”, acrescenta Amanda.

Mas o foco da Indique hoje não é o recrutamento. Após atender as organizações, elas dão suporte na fase de contratação, postando vagas em rede social, por exemplo, mas a regra delas é indicar parceiros especialistas em recrutamento.

As três reforçam que o objetivo da consultoria é preparar as empresas para receber a população negra. Ou seja, conscientizar funcionários e líderes sobre o racismo existente no interior das organizações e nas relações cotidianas. Para isso, elas criam estratégias de comunicação interna, palestras e workshops de sensibilização.

“Muitas pessoas acham que é só contratar um funcionário negro do dia para a noite que você vai ter uma empresa com mais diversidade. Mas não é assim. As empresas precisam se preparar pra receber essas pessoas, saber como vão desenvolvê-las, se elas vão ter um plano de carreira. É preciso mudar toda uma cultura da organização ”, diz Verônica.Além disso, elas explicam que expandir o leque e selecionar profissionais para além das faculdades de elites e do círculo social e econômico mais comum dos donos e chefes de empresas permite que as empresas ampliem o repertório e criem serviços e produtos mais próximos da realidade do país.

“A gente sempre explica para as empresas que, se elas contratam pessoas negras, periféricas, para cargos de criação e de decisão, elas têm muito mais chances de inovar, ao criar serviços e produtos mais compatíveis com a realidade das pessoas”, reforça Daniele.

"Em todo o processo da consultoria, nós orientamos os colaboradores sobre como fazer um recrutamento mais humano e olhar mais para o repertório da pessoa, para a vida dela, ao invés de ver só qual faculdade ela fez", acrescenta.

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