A jovem camaquense Hellen Silva Rackow, de 18 anos, desejava permanecer na propriedade rural onde mora com a mãe e as duas irmãs menores, na localidade de Paraíso, interior de Camaquã. A família obtém seu sustento através da monocultura do tabaco. No entanto, as dificuldades impostas pelo clima, pelo trabalho intenso que a cultura do tabaco exige, aliados com os baixos preços oferecidos pelas fumageiras, eram uma preocupação para a família.
Foi então que a jovem soube que a Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural do Estado possui o programa Bolsa Juventude Rural. A adolescente se inscreveu e foi selecionada para participar do programa. O programa oferece bolsas de R$ 200,00 mensais, por um período de 10 meses, para que estudantes do meio rural desenvolvam projetos em suas propriedades.
Através do apoio da Emater, a jovem viu no cultivo de hortaliças a possibilidade de permanecer na propriedade e ainda obter uma fonte de renda. Mesmo sem ter conhecimento prévio, ela apostou na produção de hortaliças e obteve as instruções necessárias. “É uma experiência muito legal, agora fico na expectativa de ver tudo grande, produzindo e depois colher na horta, tudo bonito e sem agrotóxico”, comenta Hellen.
Segundo a jovem, o programa Bolsa Juventude Rural foi o incentivo que faltava para continuar estudando e ainda permanecer na propriedade. “Convido todos os jovens que moram no interior, principalmente os que vivem na cultura do tabaco, a participarem do programa e conhecerem outras opções de renda, pois se todos os jovens do interior irem morar na cidade, quem irá produzir os alimentos?”, afirma.
De acordo com ela, o meio rural oferece diversas opções para diversificação de renda. “Precisamos ter consciência que não é só na cidade que podemos ter um futuro com sucesso, no meio rural há várias formas se de ter um futuro brilhante e lucrativo”, avalia Hellen.
A família comemora os resultados alcançados com o programa e aguarda a primeira remessa de produtos para oferecer aos mercados de Camaquã e Chuvisca: “os produtos tem como destino a alimentação da nossa família e a comercialização em mercados da região, pois são produtos bons, sem agrotóxico, cultivados com todos os cuidados necessários e muito carinho”.
Conforme o coordenador regional do gabinete da deputada Silvana Covatti, Rodrigo Warlet Machado, que acompanha o projeto desenvolvido pela Hellen, é preciso oferecer meios para que os jovens que residem no interior possam permanecer nas propriedades. “A Hellen é a primeira de muitos que ainda irão se beneficiar, estamos torcendo para que estudantes de Camaquã e região apostem nesse programa”, comenta o coordenador.
Programa Bolsa Juventude Rural
Para 2020, estão disponíveis até 471 bolsas. O benefício é de R$ 200 mensais cada, por 10 meses, a serem pagas a partir de maio de 2020. Conforme o Departamento de Agricultura Familiar e Agroindústria da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, o prazo para envio da documentação é de 31 de março de 2020.
“O programa Bolsa Juventude Rural alia dois importantes pilares: a educação, permitindo aos jovens acesso e permanência na escola durante o Ensino Médio, e o desenvolvimento rural, com a implantação de projetos produtivos que garantem a permanência do jovem no campo. Torcemos para que a Hellen sirva de inspiração para muitos outros jovens de Camaquã e região”, afirma o secretário da Agricultura, Covatti Filho.
Das 471 bolsas oferecidas, serão disponibilizadas 200 para alunos regularmente matriculados no 2º ano e 271 para alunos matriculados no 3º ano do Ensino Médio. Os detalhes sobre o programa e os documentos necessários estão disponíveis no site da Secretaria (www.agricultura.rs.gov.br).