Saúde

‘Era um cara ativo, sempre fez esportes’, diz filha de morador de Ivoti que morreu por Covid-19

Luiz Alberto Anschau de 60 anos morreu nesta segunda (30) no hospital onde estava internado, em Novo Hamburgo, na Região Metropolitana de Porto Alegre
Publicado: 31/03/2020 às 08:03 | Atualizada: 06/11/2020 às 13:08
G1

Quando soube da morte do pai por coronavírus, a terceira confirmada no Rio Grande do Sul, a empresária Juliana Anschau França demorou a acreditar. Morador de Ivoti, na Região Metropolitana de Porto Alegre, Luiz Alberto Anschau tinha 60 anos e morreu nesta segunda-feira (30).

“Nunca pensei que esse vírus pudesse derrubar ele”, diz Juliana.A filha conta que ele sempre foi muito ativo e confessa que jamais imaginou perdê-lo para uma doença como a Covid-19. “Meu pai era um cara ativo, sempre fez esportes, jogava tênis, frequentava a academia e, no momento, a bicicleta era a companheira predileta”, relata à RBS TV.

Luiz era casado, vivia com a esposa e trabalhava como gerente comercial em uma empresa de Ivoti. A filha conta que, há aproximadamente um ano, os dois programaram uma viagem de férias com outros três casais de amigos para os Emirados Árabes.

À medida que as notícias sobre a pandemia de coronavírus começaram a chegar, a família foi ficando apreensiva. O embarque estava marcado para o dia 4 de março.

“Como os Emirados Árabes não estavam na lista de destinos com recomendação de cancelamento de viagem, eles partiram na quarta-feira (4). No domingo (1), minha mãe ainda havia mencionado que estava muito apreensiva em ir”, lembra a filha. 

O grupo de amigos decidiu antecipar o retorno e trocar as passagens de volta para o Brasil, retornando no dia 15 de março, dois dias antes do previsto. “Estavam assustados com a proporção que o cenário da Covid-19 havia tomado”, diz Juliana.

Os dois seguiram direto para a casa de praia da família para cumprir a quarentena recomendada a viajantes. Só que os sintomas logo começaram a aparecer. O casal teve que voltar à Região Metropolitana para procurar atendimento médico em Novo Hamburgo. Nessa ocasião, Luiz foi medicado e encaminhado para isolamento domiciliar.

Dias depois, precisou procurar atendimento mais uma vez, no mesmo local. De acordo com o hospital, ele chegou com febre, tosse e dores para respirar e precisou ser internado.

Segundo a filha, o quadro piorou ainda mais, e o pai foi sedado e entubado. No último sábado (28), o Laboratório Central do Estado confirmou o diagnóstico: positivo para Covid-19. Uma semana depois da internação, Luiz faleceu.

“Hoje tenho medo! Medo de sair na rua e trazer esse vírus para dentro de casa e contaminar minha família”, confessa Juliana.

Abraço adiado

O corpo de Luiz Alberto Anschau foi cremado no Crematório Jardim da Memória em Novo Hamburgo na manhã desta segunda-feira. Juliana nem ao menos conseguiu abraçar a mãe, que segue em isolamento domiciliar desde que voltou da viagem.

“Não vimos eles desde que chegaram. Ainda não abracei minha mãe, mas o dia vai chegar, com toda a segurança que devemos ter”, ressalta.

Ela acrescenta que a mãe está bem de saúde, mesmo assim o isolamento social é fundamental. Outras duas pessoas que participaram da viagem também testaram positivo para a Covid-19 e estão em quarentena.

Enquanto esse abraço não vem, ela aproveita para lembrar, com carinho, da figura generosa e bondosa do pai, aquele que estava “sempre de bem com a vida” e era um cozinheiro de mão cheia.

“Adorava cozinhar e fazia muito bem. A alegria dele era ver a mesa cheia no almoço de domingo. Fazia questão de mencionar como estava feliz com a visita de todos”, recorda.Luiz deixa a esposa, dois filhos (Juliana, de 30 anos, e Samuel, de 36) e a neta Eduarda, de 3 anos, filha de Juliana, que está prestes a ganhar uma irmã.

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