Justiça

Maioria dos ministros do STF vota contra restrições à doação de sangue por homens gays

Hoje, os bancos de sangue não permitem a doação de homossexuais que tenham feito sexo com outros homens 12 meses antes da coleta. Se essa medida restritiva tiver fim, cerca de 18 milhões de litros de sangue podem abastecer os hemocentros no Brasil
Publicado: 02/05/2020 às 23:15 | Atualizada: 14/11/2020 às 21:23
Matheus Garcia

Nessa sexta-feira (1º), os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) formaram maioria provisória de votos para derrubar as restrições à doação de sangue por homens gays no Brasil. Hoje, os bancos de sangue não permitem a doação de sangue dos homossexuais que tenham feito sexo com outros homens 12 meses antes da coleta. 

Seis dos 11 ministros já votaram contra as atuais normas do Ministério da Saúde e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O julgamento para decidir o caso teve início em 2017, mas foi suspenso em outubro daquele ano, quando o ministro Gilmar Mendes pediu mais tempo para analisar o caso.  

Na sexta-feira, a análise foi retomada com o voto de Mendes e, diferente da primeira votação, quando ocorreu em plenário físico, desta vez, aconteceu por meio de plenário virtual por causa da pandemia da covid-19. 

O Partido Socialista Brasileiro (PSB) é o autor da ação no STF e apontou como absurdo este tratamento discriminatório por parte do poder público. O advogado Rafael Carneiro, um dos autores do processo, comemorou o placar parcial e disse que espera dos ministros firmeza no posicionamento.  

Para o ministro Gilmar Mendes, a discriminação sexual está nítida no impedimento, uma vez que há tratamento diferente entre homens gays e heterossexuais, mesmo que adotem medidas de prevenção, assim como os homens hetero, que também podem estar em situação de risco sexual. 

O ministro destacou também julgamentos recentes da Corte relacionados à criminalização da homofobia e transfobia, ao casamento gay e ao uso do nome social, frisando que o STF tem o dever de proteger as minorias discriminadas pela sociedade. 

O ministro Alexandre de Moraes foi o único que votou contrário aos demais colegas. Todavia, ele apontou a possibilidade de homossexuais doarem sangue antes do fim do prazo de 12 meses, defendendo que o material fique armazenado para testes que verifiquem que não há nenhum risco de contaminação por DSTs. 

No entanto, a Defensoria Pública da União (DPU) pediu agilidade no julgamento diante da pandemia da covid-19, que reduziu ainda mais o número de doações e resultou na queda brusca dos estoques dos bancos de sangue no país. A votação final está marcada para a próxima sexta (8). Até lá, os ministros podem mudar seus votos e os demais membros deverão votar. 

Se essa medida restritiva tiver fim, cerca de 18 milhões de litros de sangue podem abastecer os hemocentros brasileiros, de acordo com informações do site Gay Blog BR.

Com informações do G1

Prazo para emitir e regularizar título de eleitor termina dia 8

Data também vale para transferências de domicílio eleitoral

Hoje

Ex-policial é condenado a 28 anos de prisão por matar ex-mulher na frente do filho em Porto Alegre

Crime aconteceu no dia 11 de dezembro de 2018 no bairro Ipanema

1 semana atrás

Homem é condenado a mais de 19 anos de prisão por matar idoso após desavença sobre serviço prestado em Eldorado do Sul

Crime aconteceu em julho de 2020 no bairro Progresso

1 semana atrás
Decisão

STF conclui que não há provas que Bolsonaro pediria asilo à Hungria

Decisão foi anunciada por Alexandre de Moraes nesta quarta-feira (24)

1 semana atrás

MPRS denuncia envolvidos em esquema de propina para compras de máquinas agrícolas em 51 municípios gaúchos

Fraudes aconteceram entre os anos de 2010 e 2015

1 semana atrás

Alexandre de Moraes diz que soberania brasileira está sob ataque

"Extremistas preferem se subjugar a interesses externos", diz ministro

1 semana atrás