A Polícia Civil deflagrou, nesta terça-feira (8), a segunda fase da Operação NPR, com cumprimento de ordens judiciais nas cidades de Iraí e Frederico Westphalen no Rio Grande do Sul, e Xanxerê, Santa Catarina.
A Operação NPR investiga organização criminosa destinada à subtração de cargas de grãos, especialmente de soja. Durante as investigações se verificou que a estrutura criminosa pratica este tipo de crime há muitos anos, com inúmeros casos relatados, sempre com o mesmo modos operandi: motoristas de caminhão são aliciados pelo bando, que os orienta a efetuar carregamentos lícitos de cargas de soja e, após o carregamento, a carga é desviada de seu destino final, sendo efetivada a troca das notas fiscais originais por notas de produtor rural "frias", de maneira a conferir licitude à carga e proporcionar posterior revenda a terceiros.
Na primeira fase, foram presos quatro indivíduos. Na data de hoje, foram presas preventivamente duas pessoas em Iraí (RS), além do cumprimento de mandado de prisão de individuo que já se encontra recolhido por crime de tráfico de drogas. Os indivíduos presos em Iraí possuíam um silo de armazenagem, o qual servia para a troca de caminhões transportadores de soja, bem como da nota fiscal. Ou seja, eram os entrepostos entre a origem licita e o destino final. Já o indivíduo preso em Xanxerê/SC trabalhava em uma oficina de reparos de freios de caminhão e, assim, aproveitava-se para aliciar motoristas.
Ainda, foram cumpridos mandados de busca em Iraí e Frederico Westphalen, acerca de indivíduos que emitiram notas de produtor rural supostamente sem lastro, contribuindo para o êxito da quadrilha.
Há indícios de que o crime era praticado há mais de dez anos, com prejuízos patrimoniais não estimados, mas certamente de grande montante, uma vez que o valor de uma única carga costuma se aproximar de R$ 70 mil a R$ 100 mil.