Economia

Nova Lei de Falências entra em vigor com superpoderes ao fisco

Lei passou a vigorar no Brasil no último sábado (23)
Publicado: 25/01/2021 às 08:21 | Atualizada: 27/01/2021 às 20:54
Redação BJ News

A nova Lei de Falências (nº 14.112/2020) passou a vigorar no Brasil no último final de semana (dia 23). Nas mudanças trazidas pela nova legislação, um ponto em especial chama a atenção: os superpoderes dados ao Fisco. Para se ter a dimensão do alcance da atuação das Fazendas com a publicação da lei, vale destacar que, caso haja descumprimento de parcelamento fiscal ou acordo, o Fisco poderá pedir a falência da empresa em recuperação judicial. A medida valerá ainda para casos de esvaziamento patrimonial, uma estratégia para evitar ou protelar o pagamento da dívida tributária.

A nova legislação muda vários pontos da Lei nº 11.101/2005, que regulava a recuperação judicial, a extrajudicial e a falência empresarial. Também modifica a Lei nº 10.522/2002, que dispõe sobre o cadastro informativo dos créditos não quitados de órgãos e entidades federais.

Em linhas gerais, a nova Lei de Falências aumenta o prazo de parcelamento dos débitos com a União das empresas em recuperação judicial de 7 para 10 anos. A empresa, porém, terá de escolher entre duas alternativas: pagar os débitos em até 120 vezes ou usar o prejuízo fiscal para cobrir 30% da dívida e parcelar o restante em 84 meses.

O advogado especialista em direito tributário, Leandro Nagliate, explica que a Lei nº 14.112/2020 também regulamenta os empréstimos tomados pelas empresas. “Os novos financiamentos terão preferência de pagamento entre os créditos contraídos no processo de recuperação. Outra novidade: desde que haja autorização judicial, os bens pessoais dos devedores poderão ser usados como garantia”, explica o advogado.

Em 2020, foram apresentados no Brasil 1.179 pedidos de recuperação. O estoque da dívida das empresas em recuperação judicial, segundo a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) chega a R$ 109,6 bilhões. Do total, R$ 96,2 bilhões estão em situação irregular, sem que o contribuinte oferecesse qualquer solução para pagamento ou garantia à dívida.

Pela nova lei, se a Receita Federal e a Fazenda Nacional considerarem que a empresa devedora está se desfazendo de ativos para fraudar a recuperação judicial pode encerrar o parcelamento dos débitos. Neste caso, a regra facilita o pedido de falência pelo Fisco.

Especialmente sobre este ponto, há vários entendimentos de que não há na legislação critérios objetivos para definir o que pode, realmente, ser considerado “esvaziamento patrimonial”. “Em muitos casos, particularmente em situações de crise, a empresa deixa de pagar impostos para priorizar salário de funcionários e pagamentos de fornecedores essenciais”, explica o especialista.

No Congresso, ainda na forma de Projeto de Lei, estava prevista a inclusão do artigo 50-A da Lei nº 11.101/2005. Com a manutenção deste dispositivo, que foi vetado na sanção presidencial da nova Lei de Falências, haveria alívio na tributação sobre o perdão da dívida de credores particulares. Em geral, as empresas em recuperação conseguiam obter descontos generosos nas negociações com seus credores.

Outro artigo, o 6-B, também excluído na nova lei, permitia o uso de prejuízo fiscal, sem qualquer limitação de valores, para pagar a tributação que incide sobre os ganhos que as empresas têm com a venda de bens e direitos. Com o veto presidencial, as companhias passam a ter que respeitar o limite de 30% ao usar o prejuízo fiscal.

Atualmente, revelam os dados do relatório Doing Business, desenvolvido pelo Banco Mundial, a taxa de recuperação de empresas no País está em 12,7%. Para o advogado, vale a reflexão: “Além de conferir superpoderes ao Fisco, de que mecanismos necessitamos para sanar o problema da inadimplência tributária no Brasil?”.

Por Dr. Leandro Nagliate, advogado especialista em direito tributário

Saiba como as taxas de juros impactam as finanças corporativas

As taxas de juros influenciam muito o custo de capital de uma empresa

2 dias atrás
Pagamento

Governo antecipa pagamento do Bolsa Família no Rio Grande do Sul

Beneficiários irão receber pagamento no dia 17 de maio

3 dias atrás

INSS começa a pagar 13º antecipado a quem recebe acima do mínimo

Pagamento para quem ganha um salário mínimo começou no último dia 24

3 dias atrás

Prorrogado o pagamento da cota única do IPTU 2024 até 29 de maio em Camaquã

Contribuintes que optaram pelo parcelamento em até 10 vezes sem juros seguem com as mesmas datas

5 dias atrás

Novo lote do programa Volta por Cima foi pago nessa segunda-feira (29)

Esse é o último lote dos recursos para famílias afetadas por eventos climáticos ocorridos entre 28 de outubro e 31 de dezembro de 2023

5 dias atrás
Pagamento do Bolsa Família

Bolsa Família: Caixa conclui pagamento da parcela de abril nesta terça

Beneficiários com NIS de final 0 recebem hoje

5 dias atrás