Justiça

Grupo de 80 pessoas é resgatado de situação análoga à escravidão no Nordeste do RS

Trabalhadores teriam vindo de outros estados para atuar na colheita de maçã por meio de falsas promessas de emprego
Publicado: 28/04/2022 às 11:12 | Atualizada: 30/04/2022 às 22:39
Matheus Garcia

Oitenta pessoas em situação análoga à escravidão foram resgatadas durante ação integrada realizada pelo Ministério Público do Trabalho (MPTRS) do Rio Grande do Sul e pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Bom Jesus, no nordeste gaúcho. As diligências ocorreram ao longo dos dias 20 a 26 de abril. 

A denúncia dava conta de que os trabalhadores teriam vindo dos estados da Bahia, da Paraíba e do Maranhão para atuar na colheita de maçã em uma propriedade rural por meio de falsas promessas de emprego. O empregador teria custeado o translado do grupo para o RS prometendo adiantamento salarial. Os valores seriam descontados posteriormente. Durante a viagem, os trabalhadores tiveram que arcar com as despesas de alimentação, já que o empregador deixou de pagá-las. A contratação envolveu a participação de intermediários.

Os auditores-fiscais do trabalho do MPTRS apuraram que a maioria do grupo não possuía registro de trabalho, além de todos receberem salário inferior ao piso da classe e péssimas condições de alojamento. Também foram localizados contratos de trabalho assinados em branco, comprovando a exploração da vulnerabilidade dos trabalhadores

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Entre as demais irregularidades verificadas, o MPTRS destaca que o grupo ficavam sem pagamento em dias de chuva ou quando não havia colheita. No alojamento, os agentes constataram péssimas condições de higiene e conservação, além do fornecimento irregular de água potável para beber. 

Com o encerramento dos contratos de trabalho, os trabalhadores não recebiam pagamento de verbas rescisórias como décimo-terceiro salário e férias, e o deslocamento de retorno não era custeado. Para os que permanecessem até o final da safra, o empregador arcava com parte do valor da passagem de volta.

O local foi interditado pelos auditores. Após o procedimento, os empregados embarcaram na madrugada desta quinta-feira (27) para suas respectivas cidades de origem, com todas as despesas custeadas pelo empregador. Os fiscais lavraram autos de infração e emitiram as guias de seguro-desemprego aos trabalhadores. O grupo também receberá o pagamento das verbas rescisórias. O Ministério Público do Trabalho de Caxias do Sul instaurou um inquérito civil para acompanhar o caso.

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