Um projeto desenvolvido por um grupo de alunos do Instituto Estadual de Educação Cônego Luiz Walter Hanquet de Camaquã obteve o primeiro lugar na categoria Ensino Médio da Mostra Científica das Escolas da Rede Estadual – Sustentabilidade e Tecnologia para Transformar. A etapa regional aconteceu no último dia 6 de julho no campus da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), em Guaíba.
“Da Casca ao Bagaço: Sustentabilidade e Tecnologia” foi desenvolvido pelos estudantes das cinco turmas de 2º ano da instituição de ensino. Os alunos Eryck Adoir Borges Corpes, João Pedro Mello Matias, Karoline Buchhorn Wegner e Maria Eduarda Nichel de Moraes foram escolhidos para defender a proposta e representar os demais colegas. O projeto teve como orientadoras as professoras Claudia Mesquita, Ivone Pacheco e Maria Angélica Lima.
Segundo a proposta, todos os setores da sociedade são potenciais produtores de resíduos sólidos nas residências, escolas, indústrias e comércio, entre outros. "Nossa escola não foge da regra, sendo também uma geradora de resíduos que possuem grande potencial de reaproveitamento", diz parte da justificativa.
Os estudantes passaram a observar os resíduos produzidos pela escola, principalmente os derivados da merenda escolar, e notaram que alguns poderiam ser reaproveitados utilizando recursos da própria instituição de ensino.
O grupo resolveu reutilizar as cascas das laranjas usadas na preparação do suco da merenda escolar em benefício do meio ambiente e da saúde da comunidade. Durante a execução do projeto, os alunos também questionaram a destinação final do produto gerado no comércio local, como nas máquinas de extração de suco dos supermercados.
"Ao utilizarmos os resíduos da laranja oriundos da produção de merenda escolar em nossa instituição de ensino, bem como os gerados no comércio (que até o momento vinham sendo descartados), estaremos alinhados com os objetivos da PNRS (Política Nacional de Resíduos Sólidos), bem como estaremos atuando ativamente na melhoria da geração de resíduos do município de Camaquã, ao evidenciar o potencial contido nesse resíduo que é gerado em tantos setores do nosso município", descreve.
Através dos experimentos e pesquisas, os estudantes extraíram óleo essencial da casca da laranja, produziram sabão em barra, detergente e desinfetante (ambos potencializados). "Conseguimos um reaproveitamento de praticamente 100% dos resíduos da laranja agregando valor, promovendo a economia circular e contribuindo para a sustentabilidade aliada à tecnologia", completa.
Os alunos e professoras orientadoras agradeceram o apoio da diretora do Cônego, Deise Gama, da vice-diretora Cibele Wecck, e também dos supervisores Handerson Batista e Ariadne Arena Garcia Suris na realização do projeto. Confira mais AQUI!
A edição deste ano da Mostra Científica é uma parceria entre as secretarias estaduais da Educação (Seduc) e de Inovação, Ciência e Tecnologia (Sict). A escolha do nome Mostra Científica procurou não restringir os trabalhos às ciências da natureza. Os estudantes foram estimulados a buscar soluções para os problemas reais das escolas e das comunidades através da integração de diversas áreas do conhecimento: linguagem e suas tecnologias, matemática, ciências da natureza e ciências humanas e sociais aplicadas.
"Elaborar projetos que proponham soluções para os problemas e desafios relacionados à realidade da comunidade escolar, trazendo temáticas relacionadas à diversidade, à cidadania, ao meio ambiente e à inovação é de extrema importância por várias razões. Essa abordagem permite engajar os estudantes em um aprendizado significativo e relevante, além de proporcionar benefícios tanto para a comunidade escolar quanto para a sociedade como um todo”, explica a servidora da Seduc, Letícia Grigoletto.
Fase estadualA Subsecretaria de Desenvolvimento da Educação da Seduc vai ativar os ecossistemas de inovação do Estado a fim de melhorar os projetos para a fase estadual da mostra. A expectativa é de que a etapa seja realizada em novembro e terá como participantes da comissão julgadora a titular da Seduc, Raquel Teixeira, e a titular da Sict, Simone Stülp.
Foto: Professoras orientadoras do projeto. Da esquerda para a direita: Ivone Pacheco, Maria Angélica Lima e Claudia Mesquita. Divulgação / Blog do Juares.
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