Em Cristal, pequenos e médios produtores têm qualificado o manejo reprodutivo dos rebanhos bovinos através do Programa de Melhoramento Genético, realizado pela Emater. Através desta ação, os produtores assistidos recebem assistência técnica por parte dos extensionistas nas áreas de alimentação, sanidade e melhoramento genético.
Desde 2016, já foram contempladas pelo programa 28 propriedades rurais, com aplicação da técnica de Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) em aproximadamente 2.750 animais (de corte e leite), com visível incremento no ganho genético do rebanho bovino.
Uma significativa parte da bovinocultura de corte no estado do RS ainda se caracteriza pela criação extensiva, com baixos índices de produtividade e rentabilidade, o que em muitas vezes se deve à baixa eficiência reprodutiva do rebanho. Essa situação contraria os objetivos de uma pecuária rentável, que visa obter uma cria/vaca/ano. “Os baixos índices, frequentemente, são reflexos da perpetuação de práticas arcaicas na criação, como permanência do touro durante todo o ano junto ao rebanho, falta de planejamento da oferta forrageira do campo, ausência de tecnologias reprodutivas e falhas no manejo sanitário do rebanho, entre outros”, ressalta a extensionista Sabine Kasinger.
O aprimoramento do manejo reprodutivo nas propriedades rurais familiares de pequeno e médio porte se baseia no planejamento e implantação de práticas que visam aumentar a eficiência da pecuária de corte e leite. “O estabelecimento de uma temporada reprodutiva, com data para entrada e retirada dos touros e a seleção de matrizes por idade e fertilidade são práticas fundamentais que compõe o manejo reprodutivo. Além dessas, práticas como a instalação de um sistema de pastoreio rotativo com planejamento forrageiro e adequada atenção sanitária, com implantação de um calendário vacinal que inclua vacinas para prevenção de doenças reprodutivas e controle de endo e ecto parasitas, são essenciais para a saúde das matrizes”, explica Sabine.
A introdução de tecnologias, como inseminação artificial convencional e IATF com uso de sêmen de touros provados são eficazes ferramentas para otimizar o melhoramento genético dos rebanhos. Na pecuária de corte, a técnica de IATF tem como vantagens o aumento e concentração da taxa de prenhez, possibilidade de inseminar todo o rebanho, incluindo vacas com cria ao pé, racionalização da mão de obra, uniformização do rebanho e maior rentabilidade econômica para o pequeno produtor. “Na pecuária leiteira, essa tecnologia permite planejar um número de vacas lactantes por período, fazer a seleção de animais com maior potencial leiteiro, padronizando o rebanho, além de utilizar sêmen sexado para aumentar o índice de nascimento de fêmeas”, finaliza a extensionista.
Segundo dados da Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia), mais de 90% das Inseminações Artificiais realizadas no Brasil são com a utilização de Protocolos para IATF, dado que reflete a importância desta tecnologia para os criatórios nacionais e que precisa chegar também aos pequenos e médios pecuaristas.
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