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Por que Jornalismo e Publicidade dependem um do outro. E isso é bom

Leia na íntegra a coluna de Pyr Marcondes
Publicado: 17/04/2024 às 08:42 | Atualizada: 19/04/2024 às 12:29 | por Pyr Marcondes
Redação BJ News

Deveria ser óbvio, mas nem sempre é.

A publicidade paga a conta para o jornalismo existir. Ponto. 

Há duas exceções: assinaturas e doações. Feliz ou infelizmente, são exceções.

A esmagadora maioria das empresas editoriais jornalísticas depende mesmo é da publicidade para pagar suas contas. É assim hoje, foi assim desde os primeiros veículos de comunicação pública da iniciativa privada. É parte da história da livre imprensa e do capitalismo.

Mas não há nenhum mal intrínseco nisso. O problema nasce na promiscuidade. É quando o editorial se vende pela verba publicitária.

Aí o jornalismo deixa de ser jornalismo e vira publicidade. Neste caso, nem jornalismo é jornalismo, nem publicidade é mais publicidade.

Essa promiscuidade não é regra, mas não podemos dizer também que é uma rara exceção. Acontece em todo lado, em todos os mercados e em todos os países.

Mas é nos mais frágeis mercados locais e regionais onde ela mais ocorre, porque os veículos de comunicação aí acabam por depender, às vezes umbilicalmente, das verbas dos governos sob os quais operam e onde operam.

No caso dos veículos de comunicação que trocam publicidade por parcialidade política comercial, onde o editorial tem preço e onde ele é vendido como mercadoria, acontece o que eu já disse aqui: publicidade deixa de ser publicidade e o jornalismo deixa de ter a idoneidade, que é sua alma, para se chamar outra coisa que bem sei o nome.

Não há mal algum em editorialmente falar bem ou mal da administração pública e do poder. Ou da política. Aliás, muito pelo contrário: essa é exatamente uma das mais relevantes e livres funções do jornalismo.

O jornalismo só não pode fazer isso comercializando sua autoridade e seu nome.

Entendo e me solidarizo com a fragilidade empresarial, financeira e comercial das empresas de jornalismo local e regional. Entendo que têm que pagar suas contas. Entendo que têm que pagar seus funcionários. Entendo que, por vezes, sem as verbas oficiais, muitas dessas organizações, empresas e origens editoriais nem existiriam.

Esse é o preço a pagar? Muitas vezes a dura realidade é que sim.

Mas saiba enfaticamente quem me lê que esse não é, de forma alguma, um beco sem saída, uma solução imperiosa ou uma inevitável decisão do destino e da vida profissional e empresarial do jornalismo governo-dependente. Não é absolutamente nada disso.

E aqui vou dividir em dois: quem vive muito bem obrigado assim e quem se indigna com isso e quer mudar.

Quem vive muito bem assim, pode saltar já deste texto para outros bem interessantes aqui da AuroraNews. Não vai haver mais nada de interessante para você desta linha em diante.

Para quem quer sair dessa enrascada, seguem algumas orientações que, longe de milagrosas, podem ser úteis:

A força das entidades que apoiam o jornalismo independente – há várias Brasil afora. Aqui na AuroraNews já publicamos conteúdos sobre inúmeras delas. Elas fomentam práticas e muitas têm acesso a recursos que ajudam, somam e dão o respaldo necessário e, muitas vezes, suficiente para garantir a independência editorial da sua empresa, do seu blog ou da sua coluna.

A diversificação das suas fontes de receita… vamos a algumas delas:

Redes sociais podem ser fonte de receita Eventos comercialmente apoiados pelo varejo local em datas e efemérides regionais podem ser fonte de receita E-commerce em parceria com plataformas prontas de varejo online podem ser uma forma alternativa de receita Uma área comercial melhor treinada (entidades ajudam nisso) pode buscar outras e diversificadas fontes de receita Buscar a cooperação comercial conjunta com outros círculos editoriais regionais com o mesmo problema pode ser uma nova forma de receita incremental Mídia programática é também uma fonte adicional de receita, se você ainda não usa Buscar tecnologias gratuitas na internet que otimizem ou até reduzam seu custo de produção (a Inteligência Artificial ajuda hoje muito nisso) é uma forma de rentabilizar o seu negócio.

Mas, de todas, a mais importante é sua determinação editorial e política de sair desse ciclo vicioso. 

Não posso garantir que só isso baste. Mas garanto que, sem isso, nunca.

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