Perdido em meio ao frio da madrugada,
Sem nada, apenas na companhia da solidão.
Caminha sem rumo, seguindo a jornada
Que o destino colocou na sua mão.
Refugia-se das noites assustadoras
Nos becos de uma cidade qualquer.
Reclina-se sob as traças destruidoras
E ninguém o enxerga sequer.
Triste é a sua vida, morador de rua.
Sem caminho e sem atenção,
Numa noite serena, crua e nua,
Com esperança de uma nova canção.
Sem conseguir durmir
Levanta e vaguea pelo infinito.
Quase que deixa de existir
Se não fosse o acaso de um grito.
A partir de então começa a reviver.
Alguém percebeu a sua importância.
É um menino é apenas um ser
Que esta vivendo a sua infância.
Ele pega-o carinhosamente em sua mão
E corre os olhos pelas linhas até a margem.
Encantado com tanta fascinação,
Vai longe, bem distante numa viagem.
Fica tão feliz e encantado
Por alguém da rua o recolher.
Mais feliz é ser amado
Na certeza de alguém o ler.
Ele volta a sua vida normal
Expandindo horizontes do saber.
É apenas uma história real
De um acaso do conhecer.
Feliz é quem na viagem embarcar
E para longe da vida partir
Com ele há muito a ensinar
E também em cada sonho existir.
-Douglas Ebel Klug -