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Crônicas de Rodrigo Bender Dorneles

Crônicas de Rodrigo Bender Dorneles

Rodrigo Bender Dorneles é Bacharel em Administração. Administrador poeta e cronista. Trabalhou no agronegócio da família, e na CESA, Camaquã (RS). Mora atualmente em Porto Alegre, onde seguiu caminho profissional na área comercial.
Trabalha hoje como consultor de negócios em uma empresa de Assessoria tributária.
Filosofo de final de semana. Amante de história, sociologia e filosofia.

O poder da linguagem e covid-19

22/04/2021 - 18h00min Rodrigo Bender Dorneles / Foto: Pixabay

A história humana começa pela linguagem escrita, pelo menos em termos conceituais.

Basicamente, o período da pré-história é proporcionalmente bem mais amplo do que a história humana. Porém o período da história é exponencialmente mais significativo.

Com a escrita, na antiguidade o humano conseguiu anotar fatos passados e planejar o futuro. Antes vivíamos apenas no presente.

A linguagem desenvolveu nossos poderes intelectuais e cognitivos nos propiciando chegar aos meios de comunicação atuais.

Indubitavelmente crescemos, pois conseguimos organizar nossos pensamentos e ideias através de letras, e posteriores palavras, que contém todo um significado etimológico.

Vou explicar: Teoricamente ideias são impressões intelectivas. E pensar é transitar por ideias.

Elas são organizadas em palavras, o que facilita todo o posterior raciocínio mais complexo.

Criamos ideias, e concebemos palavras, assim nossa cognição trabalha de forma muito mais organizada propiciando criações inimagináveis aos homens pré-históricos.

Evoluímos então de forma exponencial. No passado através da linguagem criamos a filosofia, e posteriormente a ciência. Criamos a matemática que também pode ser conceituada como uma ferramenta.

Ou seja a matemática seria como o entendimento, em números, do universo, que nos propicia compreender as leis da física e criarmos tecnologias através de algoritmos.

A linguagem escrita e sua complexidade em diferentes culturas, junto a linguagem universal da matemática, nos permitiram evoluir até o ponto atual.

Criamos mais formas de nos comunicar, evoluímos e atualmente, há inteligência artificial, robôs, o whatsapp, o facebook, reuniões por vídeo e aplicativos variados que nos auxiliam no dia a dia.

Avançamos em um mundo criado, como uma outra dimensão da existência e por fim, terminarmos em casa, envolvidos por um mundo fictício criado por nós mesmos e facilitado pela pandemia.

A pandemia foi um catalizador, já estávamos imersos no mundo da internet. A diferença de hoje, é que não temos escolha.

Tracei um ponto mostrando como a escrita criada na antiguidade por mesopotâmios, egípcios, gregos e chineses nos possibilitaram chegar até os tempos atuais de mais contato por whatsapp e menos contato físico.

Vamos continuar com o raciocínio e observar as coisas de uma forma mais complexa:

- Qual o real motivo da pandemia?

Estávamos desde de o início do século XX sem um contexto tão complicado no Planeta Terra. Seja na sociedade humana, seja na natureza, com a morte de espécies, aquecimento global e destruição do meio ambiente.

- Então, qual o motivo?

- Digo. - Não o início ao qual sabemos relacionado ao mercado de Wuhan na China. Mas sim seu motivo filosófico transcendente.

Analisando de forma distante e compreendendo as coisas, macro dentro do universo, não será o covid um instrumento do darwinismo botando em cheque a supremacia dos humanos no planeta Terra?

Sendo religioso ou ateu, não terá a pandemia o poder de nos alertar sobre nossas atitudes?

A escrita, a fala os meios de comunicação são linguagens conhecidas e concretas, mas na natureza e espaço tempo quase que ininteligível do universo sintomas podem ser um pedido de socorro.

O covid-19 quase que como um sintoma do organismo planeta Terra tem algo a nos dizer.

Não na concretude da escrita ou fala, mas na observância das causas e efeitos de um vírus que não apenas mata humanos, mas nos alerta sobre nossas ações.

Ele diz e se expressa metaforicamente, conversa conosco nas nossas casas, alerta o perigo, questiona nossos valores enquanto a sociedade, mostra políticos negligentes, países negligentes, pessoas mesquinhas, pessoas altruístas e bondosas, pessoas dedicadas ao trabalho, uma máquina econômica colapsada, e um projeto de nova ordem mundial imprevisível e um tanto quanto assustador.

A pandemia mostrou por essência que nossa espécie é sociável e que precisamos das trocas emocionais in loco, e não, apenas, por vídeos ou mensagens.

Todo contexto difícil mostra os fatos como realmente são.

Ela mostrou um político despreparado, negligente, com bom porte atlético e um tanto quanto confuso ao organizar a tarefa simples de gerir um ministério da saúde e um programa conciso de combate a pandemia. Um tanto quanto atônico ao ver o jornal das 8 de uma certa mídia ou emissora de comunicação.

Mostrou também a falta de segurança jurídica, uma justiça arbitraria, um País que pulsa na bipolaridade política.

Um mundo globalizado, onde, quem tem tecnologia produz e vende vacinas e onde Países subdesenvolvidos compram o que sobra.

Assim como diz o filósofo, Mário Sergio Cortella: “A situação não faz o ladrão ela apenas o revela”.

A pandemia está apenas revelando fatos, mostrando a realidade que não pode ser manipulada por fake News.

Enfim, o que é linguagem?

Mesmo religioso ou ateu, não será a pandemia ou o covid um meio de nos passar a mensagem?

- Chega precisamos salvar o planeta Terra.

Deus está tentando se comunicar conosco, ou o universo, para quem é ateu.

Não por mensagem no whatsapp.

Não por vídeo conferencia.

Mas por uma doença, causada por um vírus.

Proposta pela nossa linguagem escrita como Covid- 19.

Rodrigo Bender Dorneles

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