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As mulheres camaquenses que exercem profissões “tradicionalmente” masculinas

Conheça a história de uma frentista, uma caminhoneira e uma policial militar que já enfrentaram o preconceito e o tabu de que gênero define a função que se deseja seguir

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15/03/2019 - 13h44min Daniel Larusso - Blog do Juares / Foto: Arquivo Pessoal Corrigir

Durante muito tempo, as mulheres foram subjugadas e estereotipadas para um seleto grupo de profissões. Inicialmente, as mulheres eram apenas encarregadas do trabalho doméstico e o cuidado dos filhos. Ao decorrer dos anos, essa realidade foi sendo modificada. Entretanto, ainda se há um tabu sobre mulheres em determinadas profissões que são “tradicionalmente” ocupadas por homens.

A equipe de reportagem do portal de notícias Blog do Juares foi conversar com algumas das mulheres camaquenses que resolveram desafiar este tabu da sociedade. Em especial, uma frentista, uma caminhoneira e uma policial militar.

Juliana: a frentista que provou que gênero não define competência em seu trabalho

Juliana da Silva Barbosa, 38 anos, trabalha como frentista no mesmo posto há aproximadamente 7 anos em Camaquã. Barbosa relata que começou no trabalho por causa de algumas dificuldades financeiras e, inicialmente, achou que o trabalho iria ser um “bicho de sete cabeças”. Mas não, ela aprendeu rapidamente a função e gosta muito do trabalho.

“No começo os homens não aceitam muito”, diz Barbosa. A frentista relata que há alguns anos era bem comum clientes homens recusarem a ser atendidos por ela, e solicitavam o atendimento por parte de frentista do sexo masculino. Em uma verificação de água e óleo era bem comum acontecer isso, segundo Barbosa.

Hoje, este tipo de comportamento está se tornando mais raro, mas de acordo com a frentista, isso ainda existe. A profissional relata que inicialmente, este tipo de comportamento a chateava, mas como ela diz “ eu já venci isso”. Além disso, ela motiva que outras mulheres busquem vencer esses preconceitos.

Patrícia, a caminhoneira e empreendedora

Patrícia Spolavori Soares, 36 anos, pilota veículos pesados há 12 anos. Inicialmente em transporte escolar e depois começou a dirigir caminhões no negócio da família. “Gosto muito, é uma profissão muito bonita e compensadora”, relata Soares. Soares relata que os homens se surpreendem inicialmente, “alguns riem, outros se encantam, até porque ainda existe preconceito por parte da sociedade como todo”, diz a trabalhadora.

Patrícia relata sobre o avanço das mulheres na profissão:
“Vejo que as mulheres estão tendo mais espaço nesta área, até então muito machista, fico muito feliz que as empresas estão abrindo as portas para nós mulheres caminhoneiras, porque esta profissão exige muita coragem, atenção e esforço físico. Sempre digo, não podemos ter medo, e a estrada não é fácil, se for parar para pensar dirigimos uma máquina da morte. Mulheres guerreiras, corajosas e muito determinadas! Como diz o ditado: Mais macho que muito homem”.

Tenente Simões: a pioneira policial militar do interior

Maria Cristina Machado Simões, 52 anos, é policial militar. Simões faz parte da primeira turma de policiais femininas da Zona Sul do Rio Grande do Sul (1991). Inicialmente Simões atuou no município de Pelotas, posteriormente e até então, atua em Camaquã. Atualmente ela faz parte do quadro Programa Mais Efetivo (PME), e trabalha na Central de Videomonitoramento de Camaquã.

“Por amor a profissão”, revela Simões ao ser questionada sobre o porquê quis ingressar na nas fileiras da Brigada Militar. A servidora relata que se sente uma mulher realizada por conseguir alcançar um dos seus maiores objetivos, ser um policial militar.

Em seu local de trabalho, Simões relata que nunca sofreu diretamente preconceitos por parte dos colegas da Polícia Militar. Entretanto, a sociedade, os civis, inicialmente, tinham receio do policiamento feminino. Preconceito com a competência das militares era um dos principais pontos que Simões ressaltou.

Logo quando as primeiras policiais militares começaram a atuar, segundo Simões, era comum que a comunidade duvidasse que policiais militares femininas existissem. Ao abrir um crediário em uma loja, por exemplo, os funcionários do estabelecimento acreditavam que as polícias estavam mentindo. Após a apresentação do documento oficial militar, as pessoas ficavam surpresas, afirma Simões.

“A mulher tem a mesma capacidade do homem, ela tem que buscar”, diz Simões. A policial afirma que sempre apoiará que mulheres se tornem o que quiserem, independente de que ramo. Em especial, uma menina que desejar se tornar policial militar, terá o apoio dela.

(Primeira turma de policiais femininas da Zona Sul do Rio Grande do Sul)

Diferença salarial entre homens e mulheres ainda é realidade

Uma pesquisa de Estatísticas de Gênero: Indicadores Sociais das Mulheres no Brasil pelo Instituto Brasileiro de Geografias Estatísticas (IBGE) mostrou que o sexo feminino ganha menos que homens e ainda acumulam mais trabalhos domésticos. Mesmo com o fato de que a maioria delas com ensino superior completo (23,5%), em relação aos homens (20,7%), as mulheres têm um rendimento menor, comparado a eles, ainda que exerça a mesma função. Além disso, a pesquisa mostra a representação política das mulheres na Câmara dos Deputados, em cargos gerenciais e a taxa de fecundidade de adolescentes.

Confira o gráfico:

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