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Sementes sem procedência deixam campo em alerta

Após operação no Alto Jacuí, secretaria segue o rastro do produto que chegou a ser comercializado

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20/04/2019 - 09h31min Correio do Povo / Foto: Seapdr / Divulgação / CP Corrigir

Depois de ter apreendido na última semana 198 toneladas de sementes piratas em uma empresa de Lagoa dos Três Cantos, na região do Alto Jacuí, a Secretaria da Agricultura trabalha agora para seguir o rastro do produto clandestino que chegou a ser comercializado – estima-se que mais de 3 mil toneladas foram vendidas. “Quem fizer uso disso vai estar plantando qualquer coisa, menos semente”, alerta o chefe da Divisão de Insumos e Serviços Agropecuários (Disa) da Secretaria da Agricultura, Rafael Friedrich de Lima. Segundo ele, há riscos de os produtores, sem querer, espalharem pelas lavouras plantas daninhas ao trabalharem com “semente” de origem desconhecida.

“O produtor rural que comprou este produto foi lesado, porque ele não sabe qual o tipo de material genético envolvido, se a semente irá germinar ou se não estará plantando inço nas lavouras”, adverte. Produtores e empresas que acreditam ter adquirido sementes piratas devem entrar em contato com a secretaria, o que irá auxiliar no rastreamento do produto. Lima explica que, de todo o material apreendido pela operação conjunta com o Ministério da Agricultura (Mapa), 40,4 toneladas eram de uma semente rotulada como “aveia branca ucraniana”. 

No entanto, este produto não consta na lista de espécies vegetais registradas pelo Mapa e, portanto, não pode ser vendido no mercado nacional. A empresa alvo da operação também não possuía o Registro Nacional de Sementes e Mudas (Renasem) e, pelo que apontou preliminarmente a operação, falsificava o boletim de análise das sementes. Lima diz ainda que notas fiscais recolhidas no estabelecimento serão analisadas. Há suspeita de que eram usadas notas “frias” para dar ar de legalidade à comercialização.

Enquanto a equipe da Seapdr trabalha para desvendar quem adquiriu as sementes não certificadas, para retirá-las de circulação, os fiscais federais tentarão identificar a origem do produto pirata. Além dos prejuízos econômicos, a pirataria pode propagar verdadeiras pragas no campo, alerta Lima. Um exemplo é o da buva, planta invasora que, atualmente, é controlada nas lavouras de soja do Estado pelo 2,4-D, herbicida que está no centro de uma polêmica pelas perdas que tem gerado a outras culturas como a da uva.

Outro caso citado é o do caruru gigante, planta exótica agressiva e com alto potencial de reduzir a produtividade de soja, milho ou qualquer outra cultura com a qual conviva. Resistente a diferentes herbicidas, a planta daninha já foi encontrada no Mato Grosso e é um problema disseminado em vários países. Segundo a Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem), 35% das lavouras de aveia, 60% das de arroz e 75% das áreas de soja foram implantadas no Rio Grande do Sul com produtos não certificados na safra de 2015/2016. 

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