Polícia

Criminosos fraudam sistema integrado da Segurança Pública do RS para acessar dados sigilosos

Esquema comandado por bandidos de dentro de penitenciárias do Rio Grande do Sul foi descoberto pela Polícia Civil. Governo gaúcho restringiu acesso a dados de diversas autoridades

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09/10/2019 - 23h56min Corrigir

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul descobriu um esquema em que criminosos usam dados sigilosos da Segurança Pública para cometer crimes. Os bandidos teriam acesso ao banco de dados restrito à polícia e à Justiça de dentro da cadeia.

Os investigadores descobriram que quadrilhas usavam senhas de policiais para acessar o sistema. Mas ainda não sabem se essas senhas foram roubadas ou vendidas.

Em uma ligação telefônica interceptada pela polícia, um preso conversa com a mulher de dentro da Penitenciária de Alta Segurança, em Chaqueadas, Região Metropolitana de Porto Alegre. Ele fala em consultar um sistema para acessar a foto de um desafeto. O motivo: planejar uma execução.

“Tem que tirar foto, cara. Eu quero olhar onde o cara mora. Aí eu já pego na consulta da foto dele e mato ele.”

Segundo a polícia, o bandido se refere ao banco de dados sigilosos da Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Sul. É onde estão todas as ocorrências policiais e ordens de prisão, além de informações pessoais de todos os gaúchos, inclusive registros de carros no Departamento Estadual de Trânsito (Detran).

Além de fotos, os bandidos conseguiam, por exemplo, dados que eram usados pra clonar carros roubados. Um contador, que teve um carro roubado e clonado, está entre as vítimas.

"Nós que pagamos essa conta, mas nós não temos proteção nenhuma. Isso devia ser, mas o que tu vais fazer? Bota bloqueador de celular, ponto, e termina com essa palhaçada", reclama o homem que não quis ser identificado.

Por causa do risco de vazamento das informações o governo gaúcho restringiu o acesso aos dados de diversas autoridades. Só este ano foram abertas 19 investigações sobre o uso indevido de senhas. A Secretaria de Segurança Pública já pediu à companhia de processamento do estado (Procergs), que criou a ferramenta, para reforçar a proteção ao sistema.

“Pedimos a questão do duplo fator de autenticação, ou seja, a cada acesso em um aparelho diferente ou computador diferente haja uma notificação a um outro tipo de aplicação, seja e-mail, SMS, ou até mesmo alguma aplicação que eventualmente pode ser utilizada para fazer a liberação do acesso ao uso do consultas integradas”, diz o delegado Emerson Wendt, especialista em Sistema Integrado de Consulta. "Vai facilitar não só a prevenção como a imediata ação em relação a eventual fraude de uso.”

A associação dos magistrados do Rio Grande do Sul (Ajuris) pediu ao Tribunal de Justiça uma medida extrema: que os dados de todos os juízes fiquem ocultos nesse sistema.

"Nós entendemos que, como há todo esse risco e que parece que cada vez se confirma mais de que o Consultas Integradas pode ser consultado a qualquer tempo e por qualquer pessoa, a magistratura ficava absolutamente vulnerável, estando exposta a isso”, diz a presidente da Ajuris, Vera Lúcia Deboni.

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