Um estabelecimento clandestino que funcionava como casa geriátrica, na zona sul de Porto Alegre, foi fechado pela Prefeitura na quarta-feira (9). Duas pessoas, entre elas um homem de 26 anos identificado como proprietário, foram presas em flagrante pela Polícia Civil.
No local, foram encontrados 18 residentes, a maioria deles idosos. Segundo o secretário municipal de Segurança Pública, Rafael Oliveira, a casa não apresentava condições mínimas de acolher os residentes:
“O cheiro é horrível. Não há uma higiene mínima para que essas pessoas possam viver com saúde. Os pacientes estavam aqui no meio de fezes e urina, alguns deles amarrados à cama e com situações gravíssimas de saúde, sem condição técnica de receber uma alimentação."
"Isso aqui é a antessala do cemitério e não pode continuar aberta”, explica o secretário Rafael Oliveira.
De acordo com a delegada Cristiane Pires Ramos, da Delegacia do Idoso, as ações começaram no final de semana, a partir de uma denúncia de que os idosos da casa estariam em situação de abandono e maus tratos. A Brigada Militar esteve no local e confirmou o fato. A partir disso, a Polícia Civil foi acionada.
A situação se agravou na madrugada de sábado para domingo, quando uma idosa de 68 anos morreu depois de ser encaminhada a um hospital. A polícia descobriu, também, que outro paciente, de 38 anos, internado por razões psiquiátricas, havia morrido em circunstâncias semelhantes.
A Polícia Civil aponta que nenhum dos dois apresentava marcas de violência, mas ainda investiga se as mortes podem ter sido causadas por negligência.
A operação reuniu membros da Polícia Civil e dos órgãos de fiscalização e assistência social da Prefeitura e representantes da Corregedoria do Tribunal de Justiça e da Procuradoria do Idoso. Três equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) prestaram auxílio aos residentes.
Pelos registros da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, existem, atualmente, 141 estabelecimentos autorizados a atuar como clínicas geriátricas regulares em Porto Alegre.