Economia

Dobra o número de pessoas com faculdade sem emprego ou em trabalho precário

Dois de cada dez trabalhadores com ensino superior estão em função de baixa qualificação

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10/11/2019 - 12h26min O Sul Corrigir

A fatia da população com ensino superior completo que está desempregada, desalentada ou trabalhando menos horas do que gostaria saltou de 930 mil para quase 2,5 milhões entre o segundo trimestre de 2014 e o mesmo período deste ano.

Parte desse aumento se deveu à saudável expansão da parcela da população que conseguiu um diploma universitário no Brasil ao longo desse período de cinco anos.

Mas a fatia dos profissionais com ensino superior desocupados, desalentados ou subocupados por insuficiência de trabalho cresceu em ritmo muito mais rápido do que o universo de escolaridade que eles representam. Com isso, seu peso no grupo dos mais escolarizados dobrou, passando de 5% para 10% do total.

Os dados do instituto incluem tanto os trabalhadores com carteira assinada quanto aqueles que atuam informalmente.

Entre 2013 e 2018, o mercado de trabalho formal absorveu quase 1,7 milhão de trabalhadores com diploma universitário. Desse total, 318 mil aceitaram vagas em uma das 50 ocupações que mais empregavam trabalhadores com ensino fundamental completo ou médio incompleto no início do período analisado.

Ou seja, pelo menos 2 de cada 10 novos contratos para profissionais com ensino superior no período caracterizaram um possível desperdício de capital humano, de acordo com a análise dos dados da Rais (Relação Anual de Informações Sociais).

Esse número, porém, deve ser ainda maior, pois o exercício feito pela reportagem analisou apenas as 50 carreiras mais típicas da mão de obra com menor escolaridade.

Na lista dessas ocupações estão auxiliar nos serviços de alimentação, operador de empilhadeira, cuidador de idosos, recepcionista de consultório médio, motorista de ônibus, frentista e faxineiro.

Diferentes modalidades de vendas são outro ramo no qual muitos brasileiros com faculdade completa têm atuado.

A recessão seguida da recuperação mais lenta da história republicana do País levou muitos trabalhadores brasileiros a essa condição.

Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o desalento aumentou em todas as faixas de escolaridade, mas seu salto mais marcante —de 875% entre o segundo trimestre de 2014 e o mesmo período deste ano— se deu entre a população em idade de trabalhar com superior completo.

Quando trabalhadores com curso superior ocupam vagas menos qualificadas, abre-se espaço para inúmeras distorções.

Segundo Cimar Azeredo, coordenador de trabalho e rendimento do IBGE, a situação de quem tem curso superior completo costuma não ser tão grave quanto a de trabalhadores menos qualificados, que tendem a ser empurrados para a informalidade.

A maior compreensão sobre a dinâmica do mercado de trabalho se torna mais premente à medida que novas tecnologias abrem espaço para novas ocupações e ameaçam carreiras antigas.

Segundo especialistas, parte desse processo pode estar por trás do que vem ocorrendo com parcela dos profissionais mais qualificados no Brasil. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.

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