Polícia

Ex-chefe de grupo de escoteiros do RS é denunciado por estupro de vulnerável

Homem é investigado por abusar sexualmente de jovens que tinham, à época dos crimes, entre 10 e 17 anos. Denúncia é do Ministério Público de Soledade, e também inclui violação sexual mediante fraude

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14/11/2019 - 08h35min Corrigir

O ex-chefe do grupo de escoteiros Guamirim, de Fontoura Xavier, na Região Norte do Rio Grande do Sul, foi denunciado pelo Ministério Público de Soledade, nesta quarta-feira (13), por estupro de vulnerável e violação sexual mediante fraude. Ele havia sido indiciado pela Polícia Civil em outubro. À época dos crimes, entre 2009 e 2014, as vítimas tinham entre 10 e 17 anos.

A denúncia diz respeito ao relato de 14 vítimas. Foram 19 depoimentos à polícia, mas cinco deles não foram incluídos. O MP solicitou o arquivamento porque os fatos teriam sido praticados antes de 2009, quando a ação penal em relação a eles era considerada pela legislação como privada.

A pena prevista para violação sexual é de dois a seis anos de prisão e, para estupro de vulnerável, oito a 15 anos, para cada ocorrência. Conforme o MP, como os crimes foram cometidos em concurso material, o Código Penal prevê a cumulação das penas.

Ao G1, o advogado do acusado, André Maya, informou que "a defesa não tem conhecimento do teor da acusação, pois o denunciado ainda não foi citado." Ainda segundo Maya, "André nega a prática dos abusos e aguarda a citação para apresentar sua defesa, reiterando que segue à disposição para contribuir com o esclarecimento dos fatos."

A advogada Claridê Chitolina Taffarel, que representa as pessoas que fizeram as denúncias, disse ao G1 durante a investigação policial que os casos ocorreram há anos, mas só agora as vítimas se sentiram seguras para relatar.

Dois pedidos de prisão chegaram a ser feitos, mas foram negados pela Justiça. O acusado acompanha o andamento do processo em liberdade.

"O objetivo é prestar contas à sociedade e fazer o alerta no sentido de evitar novos abusos e novas vítimas", destacou o promotor Bill Jerônimo Scherer durante a apresentação da denúncia à imprensa.

"O MP também faz o alerta para eventuais vítimas que ainda não tenham se manifestado, por medo ou timidez, que o MP está à disposição da comunidade para receber informações a respeito de outros fatos que não sejam objeto dessa denúncia presentada hoje", acrescentou.

Apreensões na casa do acusado

Segundo o MP, o homem montou um aparato de entretenimento com jogos, videogames, notebooks e aparelhos de DVD em suas casas, como forma de atrair as vítimas e satisfazer-se sexualmente, além de distribuir presentes, jantares e viagens às vítimas, bem como fazer promessas de custeio de cursos em universidades.

Em cumprimento de mandado de busca e apreensão em uma das casas do homem, foi encontrado um DVD de filme com o título "Abuso Sexual", um notebook, no qual no disco rígido foram encontradas, pelo Instituto-Geral de Perícias, mais de 500 imagens contendo pornografia ou cenas de sexo explícito entre homens de idades variadas, algumas delas referentes a adolescentes.

Aproveitando-se de sua condição de chefe do grupo de escoteiros, ainda de acordo com o MP, o acusado dizia para as vítimas que estava com câncer e necessitava do sêmen delas para se curar.

Durante um acampamento, o homem contou histórias de terror e disse que uma entidade "incorporaria" em uma vítima menor de 14 anos à época, mas que iria dormir ao seu lado para protegê-lo, momento em que praticou atos sexuais enquanto a criança ainda dormia.

O grupo de escoteiros encerrou as atividades no fim de 2016. O presidente dos Escoteiros do Brasil da Região do Rio Grande do Sul, Mário Miguel da Rosa Muraro, informou que o homem suspeito de realizar os abusos estava afastado do Movimento Escoteiro desde aquele ano.

Relembre o caso

Em agosto deste ano, um grupo de adolescentes denunciou uma série de abusos cometidos pelo ex-chefe do grupo escoteiro. O caso passou a ser investigado pela Polícia Civil.

Relato de vítima de abusos — Foto: Reprodução/RBS TV

Relato de vítima de abusos — Foto: Reprodução/RBS TV

Em depoimento à RBS TV, uma das vítimas relatou que o ex-chefe manteve os abusos sem consentimento por cerca de 10 anos. Após ganhar a confiança dos jovens, assediava-os.

O investigado chefiava o grupo Guamirim, que ajudou a fundar, em 2007, e encerrou as atividades no fim de 2016. Bancário, ele atuou no escotismo por 35 anos. Atualmente, mora na Região Metropolitana de Porto Alegre.

Denúncias

No site regional dos Escoteiros do Brasil, há um canal de denúncias, que busca fornecer um auxílio adequado a jovens e adultos escoteiros que estejam passando por problemas individuais e/ou em seus grupos escoteiros nas temáticas de equidade de gênero, diversidade de gênero e questões raciais.

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