O final de semana foi decisivo para 2.143 alunos do terceiro ano do Ensino Médio, principalmente da Zona Sul do Estado. Durante o sábado e o domingo (7 e 8) eles realizaram as provas do Programa de Avaliação da Vida Escolar (Pave) em busca de vaga nos cursos de graduação da Universidade Federal de Pelotas (UFPel).
Somado aos primeiros e segundos anos, o processo seletivo teve mais de 9,2 mil inscritos, o maior número já registrado. O gabarito deve ser divulgado entre o final da noite de domingo ou na segunda (9) pela manhã. Já o tão esperado resultado está previsto para 15 de janeiro.
Nos dois dias de avaliação, os candidatos chegaram cedo para não perder o horário e encontrar os portões dos sete locais de provas fechados. No domingo, o abraço do pai Gilvanio Maron, 54 anos, no filho Inácio Bürkle Maron, de 19 anos, foi bem além de um desejo de boa sorte. O gesto representou mais uma vitória. "Meu filho é autista e vai tentar uma vaga para jornalismo", disse emocionado. Inácio estuda em Pelotas, assim como Rodrigo Rocha, 18, que concorre a uma vaga em Medicina e Marina Oliveira, 17, que quer cursar Direito.
Outros candidatos vieram de longe, como Maria Eduarda de Liz Leite, 18 anos, de Erechim. A jovem completou as etapas anteriores e agora espera obter média entre sete e oito para cursar Medicina. Os pais Lasaro e Ana Paula não sabiam do Pave e ficaram interessados no formato de ingresso na UFPel.
As provas foram realizadas no Anglo, Campus Ciências Sociais, Campus 2, Salis Goulart, Instituto Federal Sul-riograndense (IFSul), Colégio Pelotense e Escola Superior de Educação Física (Esef), o que causou uma certa confusão com alguns candidatos que erraram o local. Faltando dez minutos para o fechamento dos portões, três estudantes que deveriam fazer a prova na Esef, na Cohab Tablada, acabaram se apresentando no Anglo.
Inscrições
De acordo com o responsável pela Coordenação de Desenvolvimento de Concursos (Coodec), Albino Magalhães Neto, o Pave tem por objetivo o preenchimento de 20% das vagas oferecidas no ano letivo de 2020 para cada um dos cursos de graduação da Universidade, sendo 80% reservadas para estudantes de escolas públicas.
"Até 2016 o Pave estava meio adormecido. Então fomos nas escolas fazer o trabalho de divulgação e orientação e houve um crescimento significativo já em 2017 e 2018", comemora Magalhães. Ele conta que o crescimento foi de 64% nos últimos três anos e que o volume de candidatos, em todas as etapas passou de 5,9 mil para 7,5 mil, chegando aos 9,2 mil.
O processo
Magalhães comenta que, diferentemente do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), no Pave o estudante tem a possibilidade de competir com colegas que estão nas mesmas condições e grau de conhecimento que o seu. Além de, também, ser menos concorrido que o Enem. "Se anteriormente eram as escolas particulares que estavam atentas ao Pave, agora todas as instituições, públicas e privadas, já têm mais conhecimento da proposta e estimulam seus estudantes".