O Fundo Monetário Internacional (FMI) revisou para cima a previsão de crescimento do Brasil para 2020. Segundo a entidade, o índice passou de 2,0% para 2,2%, conforme publicação do jornal O Estado de São Paulo desta segunda-feira.
O País foi um dos poucos a registrar alta da estimativa para o indicador na atualização do documento Perspectivas Econômicas Mundiais, feita em relação ao mesmo documento divulgado em outubro de 2019. Para 2021, no entanto, o FMI fez uma leve redução da projeção de alta de 2,4%, que agora aparece com 2,3%.
O Fundo relatou que a alta da estimativa do PIB do Brasil se deu principalmente por conta da "melhora do sentimento após a aprovação da reforma da Previdência e pelo desaparecimento das rupturas de oferta no setor mineral".
Estados Unidos e China
No mundo, a relação entre China e Estados Unidos, as maiores economias globais, continua abalada por "disputas não resolvidas" que mantêm o risco de problemas em potencial. "O risco de um prolongamento de um crescimento global lento continua tangível, apesar de sinais de tentativas de estabilização", diz o relatório. "Erros de política nesse estágio podem enfraquecer ainda mais a própria economia global", alertou o Fundo. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou na semana passada um acordo com a China que atenua o conflito comercial entre as duas potências. As tarifas sobre dois terços dos produtos importados da China continuam, porém, em vigor.
A trégua levou a uma melhoria do prognóstico de crescimento do PIB da China a 6% em 2020, com uma leve queda a 5,8% no ano seguinte. A economia chinesa já estava, contudo, em desaceleração. Para os EUA, o FMI recortou em apenas um décimo, a 1,6%, sua expectativa de crescimento neste ano, e manteve a mesma taxa para 2021. Desde 2018, Washington e Pequim aplicaram tarifas recíprocas sobre centenas de bilhões de dólares. A diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, disse na última sexta-feira que os dois países têm recursos o suficiente para resolver todas as suas disputas comerciais. "Uma trégua comercial não é a mesma coisa que paz comercial", afirmou.
Na análise anterior, o FMI havia estimado que conflitos e tarifas comerciais reduziriam o crescimento mundial em 0,8 ponto. Dois terços desse dano correspondem a despesas e investimentos interrompidos, devido à incerteza comercial, segundo o Fundo. Se as tensões reaparecerem, ou se Trump se envolver em disputas comerciais com a Europa, ou ainda se a tensão entre Estados Unidos e Irã aumentar, o comércio e o setor industrial serão prejudicados, e o crescimento global será menor do que o previsto, disse o Fundo.