O presidente norte-americano Donald Trump afirmou nesta segunda-feira que confia no sucesso do seu plano de paz para o Oriente Médio ao receber o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu em Washington, e anunciou que vai revelá-lo na terça-feira. "Acredito que ele tem uma chance" de dar certo, afirmou em frente à Casa Branca ao lado do líder israelense. "Nós vamos anunciá-lo amanhã às 12h" (14h de Brasília). Ele também afirmou que espera obter o "apoio" dos palestinos ao projeto, visto como fadado ao fracasso pela maioria dos analistas.
Mas os palestinos já rejeitaram "o acordo do século", como o plano é amplamente apelidado, dizendo que provavelmente será fortemente inclinado a favor de Israel – como várias outras medidas tomadas por Trump desde que assumiu o cargo em janeiro de 2017. Nos últimos três anos, o governo Trump reconheceu Jerusalém como capital de Israel e mudou a embaixada dos EUA para lá de Tel Aviv, revertendo décadas da política dos EUA ao abster-se de endossar uma solução de dois Estados.
A Autoridade Palestina interrompeu todas as conversações com Washington desde o primeiro desses movimentos, e um porta-voz do presidente Mahmoud Abbas disse nesta semana que a liderança tinha uma "posição clara e inabalável" para rejeitar qualquer iniciativa liderada por Trump. Em um post no Twitter, Saeb Erekat, secretário-geral da Organização de Libertação da Palestina, disse que qualquer proposta que ignore os direitos palestinos será "registrada na história como a fraude do século".
A maioria dos vazamentos sobre o conteúdo veio do lado israelense. Como resultado, eles enfatizaram o que Israel obteria, a fim de satisfazer a comunidade. Por exemplo, de acordo com o jornal Haaretz, o plano permitirá que o Estado judeu imponha soberania sobre a grande maioria dos assentamentos, e não apenas nos blocos de assentamentos – como foi proposto em planos de paz anteriores. Por outro lado, deverá incluir a evacuação de postos avançados não autorizados, que abrigam milhares de judeus.