Política

Votação da PEC é considerada o "teste de fogo" do pacote

Polêmicas sobre plano de carreira do magistério e alíquotas previdenciárias para militares acabaram desviando atenções do projeto que tem as diretrizes da reforma

Compartilhe:
27/01/2020 - 16h07min Corrigir

Nem o projeto de lei (PL) 3, a versão atualizada do PL 507, que muda o plano de carreira do magistério estadual, nem o projeto de lei complementar (PLC) 5, que substituiu o PLC 504, e pretende estabelecer para os servidores militares estaduais uma progressividade de alíquotas previdenciárias idêntica a aprovada para os servidores civis em dezembro. O projeto do pacote da reforma administrativa e previdenciária idealizada pela administração Eduardo Leite (PSDB) apontado por parlamentares e integrantes do Executivo como uma espécie de teste de fogo para o governo é a proposta de emenda à Constituição (PEC) 285. Por uma série de motivos.

O primeiro é numérico. Uma PEC exige a anuência de dois terços dos 55 parlamentares para ser aprovada, o que significa 33 votos sim. Por isso, para que seja colocada em votação, 34 deputados precisam dar quórum à sessão. E, vencida a primeira votação, após três sessões, ela necessita ser colocada novamente para deliberação, valendo as mesmas regras. É a chamada votação em dois turnos, uma ‘segurança’ prevista para propostas que tenham por objetivo alterar a Constituição.

O segundo é a complexidade da 285. Apesar de o projeto sobre o plano de carreira do magistério primeiro e, mais recentemente, a alteração das alíquotas previdenciárias dos servidores militares, terem gerado as maiores polêmicas, as mudanças propostas na PEC alteram nada menos do que 10 artigos da Constituição estadual, mexem em vantagens e também no sistema previdenciário. Internamente, há aliados descontentes ou indecisos sobre diferentes partes da proposta.

O terceiro é a relação entre o grau de importância dos textos e a correlação de forças entre Executivo e Legislativo. Articuladores do governo admitem em reservado que, se a PEC passar, fica “muito mais fácil” aprovar os demais projetos, porque o Executivo terá mostrado que consegue manter a base coesa apesar dos vários percalços dos últimos meses. Na outra ponta, os aliados informam que será nos debates e articulações de alteração deste texto que poderão demonstrar sua força e “marcar pontos” com suas próprias bases eleitorais. Por isso, para além da justificativa de seguir a hierarquia das leis, os negociadores do governo Leite e a base aliada acordaram que as votações da convocação extraordinária vão começar, nesta terça-feira, pela 285.

Mudanças

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 285 prevê mudanças nos artigos 27, 29, 31, 33, 38, 39, 40, 41, 46 e 47 da Constituição Estadual. Na Carta, o regramento referente a servidores abrange dos artigos 29 a 48, sendo que o 46, o 47 e o 48 tratam especificamente dos militares. Para parte dos artigos, há mais de uma alteração prevista, para pontos diferentes. A nova redação estabelece modificações acentuadas na sistemática da folha de pagamento do Estado e atinge diretamente remunerações, licenças, promoções, gratificações, abonos, adicionais, incorporações e, ainda, uma série de itens referentes à previdência.

A PEC possui, ao todo, oito artigos. O 1º é o que introduz as novas redações na Carta. E, do 2º ao 6º, e no 8º, é que são estabelecidas as mudanças significativas nas vantagens e na previdência. O Artigo 2º, por exemplo, trata do tempo mínimo de serviço para a passagem de militares a inatividade. O 3º é o que extingue vantagens por tempo de serviço atribuídas a civis e militares, vedando sua reinstituição. O 4º é o que estabelece a civis e militares, ativos e inativos, e pensionistas (exceto àqueles cuja remuneração seja fixada por meio de subsídio), uma polêmica parcela autônoma, de natureza transitória, “em valor equivalente ao total das vantagens de tempo de serviço a que faziam jus” na data da promulgação da emenda, e sobre a qual o governo admite negociação em função do embate existente com parte dos aliados. O Artigo 5º é o que determina que acréscimos pecuniários “não serão computados nem acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores.” O 6º atinge funções de confiança e cargos em comissão. O 8º revoga parte do Artigo 33 (também sobre gratificações e adicionais) e parte do 46 (sobre adicional de insalubridade a bombeiros).

Debates 

O texto da PEC 285 recebeu uma emenda quando o governo protocolou a primeira versão do pacote de reforma administrativa e previdenciária, no final do ano passado. A emenda estipula a supressão do trecho que vedou a concessão de licença remunerada para aguardar decisões sobre requerimentos de aposentadoria. Agora, desde que o Executivo protocolou a convocação extraordinária da Assembleia, na quarta-feira, é dado como certo que a PEC será emendada também em plenário.

O MDB, maior aliado numérico no Legislativo, onde tem oito cadeiras, e que tem protagonizado as maiores divergências públicas com o Executivo acerca de parte dos projetos, apresentou uma proposta ao governo (não protocolada) de nova redação do Artigo 3º e supressão do Artigo 4º da PEC. No PP, partido do chefe da Casa Civil, Otomar Vivian, e do líder do governo na Assembleia, deputado Frederico Antunes, três parlamentares admitem internamente que os temas são ‘difíceis’.

A convocação extraordinária começa hoje, mas a primeira sessão deve ser apenas para aprovar a própria convocação. O início das deliberações a respeito dos textos do pacote está previsto para a terça-feira.

MAIS NOTÍCIAS

TBK INTERNET
FUNERÁRIA BOM PASTOR
AABB
FUNERÁRIA CAMAQUENSE
SUPER SÃO JOSÉ
COMERCIAL BLOG DO JUARES
COMERCIAL EM INGLÊS BLOG DO JUARES
CÂMERAS
Mais Lidas
TBK INTERNETFUNERÁRIA BOM PASTOR
AABBFUNERÁRIA CAMAQUENSESUPER SÃO JOSÉCOMERCIAL BLOG DO JUARESCOMERCIAL EM INGLÊS BLOG DO JUARESCÂMERASBJ RÁDIO WEB | CAMAQUÃ (RS)