Saúde

Coronavírus: o que é, como e quando surgiu?

Médico pneumologista Marcelo Mallmann explica nesta primeira reportagem especial do BJ sobre o novo vírus

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24/03/2020 - 10h45min Corrigir

Até as 23 horas desta segunda-feira (23), já são 1.960 pessoas que contraíram o novo coronavírus no Brasil, conforme boletim epidemiológico do Ministério da Saúde. A covid-19 está espalhada pelos 26 Estados, incluindo o Distrito Federal. As mortes já alcançaram a marca de 34, sendo 30 em São Paulo e quatro no Rio de Janeiro.

No mundo, o novo vírus foi registrado em 189 países e territórios dos cinco continentes, causando 334.981 contaminações e 14.652 óbitos, sendo considerada uma pandemia. O foco da doença ainda está concentrado na China, com 81.603 casos, e na Itália, com 59.138. Em terceiro lugar, estão os Estados Unidos, com 31.573 registros, segundo dados de ontem (23) da Organização Mundial de Saúde (OMS). Vale ressaltar que essa doença tem uma aceleração muito rápida e estes dados se atualizam a cada instante.

Já no Rio Grande do Sul, os casos contabilizados de covi-19 são 96, sem nenhuma morte confirmada até essa segunda-feira. Em Camaquã, o prefeito Ivo de Lima Ferreira já descartou sete dos 15 casos suspeitos que foram monitorados no município. Nesta terça-feira, estão sendo aguardados mais análises de contraprova vindas do Laboratório Central do Estado (Lacen/RS).

De acordo com o Ministério da Saúde, o coronavírus é uma família de vírus que causam infecções no trato respiratório. As primeiras doenças causadas por ele foram registradas em 1937. Só foi batizado com este nome em meados de 1965, em decorrência de seu perfil microscópico no formato de uma coroa.

No entanto, o novo coronavírus, SARS CoV-2, que está provocando a covid-19, teve os primeiros casos na China, em 31 de dezembro do ano passado. Na nomenclatura, “co” vem de “coronavírus”, “vi” de “vírus” e “d” de “doença”. A numeração 19 tem a ver com o ano em que o novo vírus surgiu, no caso, 2019. É o sétimo da família dos coronavírus a infectar seres humanos.

Segundo especialistas, a grande maioria da população se infecta com os coronavírus comuns no decorrer da vida, sendo as crianças pequenas mais predispostas a se contaminarem com o tipo mais comum do vírus. Os coronavírus mais comuns que infectam humanos são o alpha coronavírus 229E e NL63 e beta coronavírus OC43, HKU1.

O portal de notícias Blog do Juares (BJ) entrevistou o médico pneumologista camaquense Marcelo Mallmann a respeito da doença. Segundo o especialista, comparada a esta pandemia, somente a da gripe espanhola, que assolou o mundo nos anos de 1918 a 1920, devastando mais de 17 milhões de pessoas e que foi causada pelo vírus influenza H1N1. “Alguém já viu essa situação? Não, ninguém viu. A situação é muito grave, muito dramática. Não temos como usar termos mais brandos e suaves. Ninguém está aqui para assustar, nós estamos aqui para falar de fatos, dados numéricos e com números ninguém discute”, frisou Mallmann.

Recentemente, alguns países enfrentaram uma epidemia de SARS (Síndrome da Angústia Respiratória Aguda) entre 2002 e 2003 e da MERS (Síndrome da Angústia Respiratória Aguda do Oriente Médio), tendo essa devastado mais gente em 2012. Ambas as síndromes foram causadas por mutações do coronavírus.

A tese conspiratória de que o novo coronavírus teria sido criado em um laboratório chinês já foi descartada, de acordo com o pneumologista. “Sabe-se que surgiu na China, com origem em algum animal silvestre. Especulações dizem que teria aparecido no Mercado Público de Wuhan, onde eram comercializados frutos do mar de forma viva, o que é proibido”, disse o médico.

Segundo estudos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), é possível que a transmissão tenha partido de uma zoonose, por conta de morcegos comercializados como iguarias na província de Hubei, na China, sendo essa a fonte animal relacionada ao vírus. Outro animal degustado pelos chineses, o pangolim-malaio, mamífero que tem o corpo coberto de escamas e se parece com o tatu, também é suspeito de ser hospedeiro do novo coronavírus. 

“Comprovado cientificamente que a transmissão da gripe suína, em 2009, também surgida na China, se originou por conta da grande população suína em más acomodações. Então, o ser humano sempre colaborou para isso aí. As aves também eram criadas em grande quantidade em um espaço reduzido na época da gripe aviária. Elas acabavam ficando doentes e, consequentemente, desenvolviam o vírus. E com os suínos, a mesma coisa”, destacou Mallmann.

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