O dólar opera novamente em queda nesta quinta-feira (4), se aproximando de R$ 5, à espera do anúncio de mais medidas de auxílio na zona do euro.
Às 9h04, a moeda tinha queda de 0,84%, a R$ 5,0496.
Na véspera, o dólar fechou em queda de 2,29%, a R$ 5,0925, no menor patamar de fechamento desde 26 de março (R$ 4,9988). Na mínima da sessão, o dólar chegou a R$ 5,0171. Na parcial da semana, o dólar passou a acumular queda de 4,57%. Em 2020, porém, a moeda ainda tem alta de 27%.
No exterior, os investidores aguardam nesta quinta dados sobre os pedidos semanais de auxílio-desemprego nos Estados Unidos e detalhes de uma reunião do Banco Central Europeu, na qual as autoridades anunciar mais ajuda à economia da zona do euro.
Nos últimos dias, o movimento de enfraquecimento do dólar tem sido global. Passado o momento de maior nervosismo da crise, a forte injeção de liquidez de grandes bancos centrais combinado com a reabertura econômica passaram a exercer uma pressão baixista sobre o dólar, que foi o ativo mais demandado do mundo no auge da crise, em março.
No cenário local, a notícia de emissão de dívida soberana no mercado internacional pelo Tesouro Nacional endossou leitura de que há demanda por ativos brasileiros, reforça o movimento de maior apetite por risco e de correção na taxa de câmbio.
Além disso, o fluxo cambial ao Brasil tem melhorado nas últimas semanas, com o aumento da oferta de dólar dando saída para investidores que buscam reduzir posições contrárias ao real, movimento que alimenta a perda de valor da moeda dos EUA, destaca a Reuters.
Apesar da queda expressiva do dólar -- que já perdeu muito terreno desde que ficou a poucos centavos de superar o patamar de R$ 6 no mês passado, analistas não descartam a possibilidade de volatilidade daqui para frente diante das tensões políticas locais, entre o Executivo e o Judiciário, e nos EUA, em meio a protestos contra o racismo e a violência policial.
Analistas observam ainda que uma recuperação definitiva do real ainda é incerta diante de riscos negativos como a possibilidade de uma segunda onda de contaminações por Covid-19 e embates do lado político.
Nesta semana, os economistas do mercado financeiro reduziram novamente a previsão para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2020, conforme boletim "Focus" do Banco Central. A projeção passou de queda de 5,89% para um tombo de 6,25% no ano.
Já projeção para a taxa de câmbio no fim de 2020 ficou estável em R$ 5,40. Para o fechamento de 2021, subiu de R$ 5,03 por dólar para R$ 5,08 por dólar.