O Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas (HE-UFPel) abriu um processo administrativo para investigar todos os desdobramentos do suposto caso de agressão sofrido pela médica Scilla Lazzarotto na sexta-feira (29) da semana passada.
Nessa quinta (4), a Comissão de Saúde da Câmara de Vereadores de Pelotas cobrou da direção do HE um posicionamento a respeito das várias denúncias de maus tratos e atos de desrespeito que teriam sido praticados por Scilla e que vieram à tona logo após a repercussão do caso na mídia.
A reunião entre os parlamentares aconteceu através de videoconferência pública e contou com a participação de representantes do hospital, do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul, Conselho Municipal de Saúde, ONG Nascer Sorrindo e mulheres que realizaram seus partos com a médica tanto no HE quanto na Santa Casa de Misericórdia do município.
A direção do hospital afirmou que a instituição só vai se pronunciar após a investigação terminar, mas que o processo interno respeita prazos e normas da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), que administra do HE, e não tem tempo certo para ser encerrado. O diretor jurídico do centro, Gustavo Gazalle, ainda disse que todos os envolvidos no caso serão ouvidos, porém, a ouvidoria da unidade não registra nenhuma denúncia de maus tratos às parturientes.
No ano passado, a Câmara aprovou a Lei do Parto Humanizado em Pelotas. E de acordo com os representantes do HE, a instituição é referência para o Sistema Único de Saúde (SUS) nesse tipo de procedimento. Na próxima segunda-feira (8), o assunto volta a ser discutido, dessa vez, com a Comissão de Direitos Humanos do Legislativo.
A mulher e o homem acusado de ter agredido a médica gravaram um vídeo, que foi publicado no Facebook na quarta-feira (3), onde ambos relatam suas versões do fato e acusam a médica de violência obstétrica. Inclusive, a jovem registrou boletim de ocorrência contra Scilla na Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) depois de prestar depoimento sobre o ocorrido.