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Entenda o que é o ciclone bomba que atingiu o Estado

Estações meteorológicas apontam que este é um fenômeno comum nesta época do ano e apontam que depois dos ventos fortes, virão temperaturas muito baixas para o RS

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01/07/2020 - 14h15min Corrigir

A Defesa Civil do Rio Grande do Sul divulgou um boletim, na manhã desta quarta-feira (1), com o balanço dos estragos causados pelo temporal de chuva e ventos de mais de 100km/h que atingiu o Estado e também Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Uruguai e Paraguai. De acordo com o órgão , 1.119 pessoas teriam sido afetadas e 871 casas que ficaram danificadas. 

Às 8h, eram quase 900 mil residências que estavam sem energia no RS. Pela distribuidora RGE, são 145 mil clientes com o fornecimento prejudicado em toda a área de concessão. Pela CEEE, o número de clientes sem energia subiu para 750 mil. As regiões mais atingidas são o Litoral Norte (310 mil clientes sem fornecimento) e Metropolitana (303 mil, incluindo Porto Alegre). Em Camaquã, com a queda de postes e fios de energia, 30 mil clientes ficaram sem luz. A CEEE já está trabalhando para normalizar o serviço. O Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil de Camaquã também estão se mobilizando para auxiliar as famílias atingidas.

Mas as estações meteorológicas afirmam que a passagem deste ciclone é bem mais comum do que se imagina. A Sigma Meteorologia aponta que os ciclones extratropicais são fenômenos corriqueiros e ocorrem várias vezes durante o ano, principalmente no inverno. Segundo a estação, eles são importantes para a circulação geral da atmosfera, já que regulam os contrastes térmicos entre as zonas polares e as zonas tropicais, sendo então, cruciais para o balanço de energia do planeta. 

São fenômenos atmosféricos que se formam em lugares onde existem acentuadas diferenças horizontais de temperatura e trazem diferentes condições para o tempo. Tipicamente, se formam nas zonas de latitudes médias do planeta. São caracterizados por apresentarem uma pressão atmosférica menor que a do entorno e também por ter uma circulação fechada. Por isso, estão associados a episódios de vento intensos. As rajadas fortes são provocadas justamente pela diferença de pressão atmosférica. E quanto maior essa diferença, mais intenso são os ventos. 

Além disso, o mar fica agitado e com condição para ressaca nas regiões litorâneas. A região Sul do Brasil, assim como o Uruguai e a Argentina, estão em uma zona mais propícia para esse tipo de fenômeno, pois encontram-se onde a variação horizontal de temperatura é mais intensa. 

De acordo com a Sigma Meteorologia, a formação do ciclone se dá pela transmissão de calor pelo deslocamento da massa atmosférica no sentido horizontal, associada a uma área alongada de baixa pressão em médios e altos níveis da atmosfera. O transporte de ar quente e úmido vindo da Amazônia para o RS, associado ao Jato de Baixos Níveis (JBN), favoreceu uma rápida intensificação do fenômeno nos baixos níveis da atmosfera. A Sigma calculou que o sistema decaiu mais de 30 hPa em apenas 24 horas, se caracterizando então como um ciclone bomba. Conforme a equação apresentada por Sanders e Gyakum (1980), um ciclone precisa decair aproximadamente 15 hPa na latitude 32°S para ser classificado como explosivo ou bomba.

Apesar de trazer adversidades nas condições do tempo, essa não é a primeira vez que ciclones extratropicais dão as caras pelo Sul do país. Em 27 de Outubro de 2016, um fenômeno semelhante trouxe rajadas acima de 100 km/h para o leste do RS e ressaca marítima intensa. Naquele episódio, o porto de Rio Grande registrou rajadas acima de 120 km/h.

O ciclone já está afastando, porém, ainda pode causar rajadas de 70km/h a 100km/h entre a Serra e o Leste do RS, Santa Catarina, Paraná e pontos de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, ainda nesta quarta-feira (1). Os ventos e a chuva devem abrir espaço para o frio intenso, com chance de geada em vários locais do RS e SC e também de neve na Serra dos dois Estados. Entre quinta e sexta-feira, as mínimas chegam ou ultrapassam os 0 graus em vários municípios gaúchos. Já as máximas não devem passar dos 12 graus a 14 graus.

Com informações da Sigma Meteorologia, Defesa Civil do RS e G1 RS

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