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Possível lockdown preocupa gestores da região de Camaquã

Secretário da Saúde de Camaquã (esq.) e prefeito de Arambaré (dir.) falaram sobre o assunto em pronunciamentos, realizados nessa quinta-feira (2)

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03/07/2020 - 14h08min Corrigir

Com o aumento significativo dos casos de covid-19 nos municípios da Costa Doce nas últimas semanas, os gestores da região demonstram estarem preocupados com um possível lockdown nos próximos dias. Isso porque, atrelada à macrorregião de Porto Alegre, que também vem registrando um acréscimo no número de pacientes positivos e de internações em leitos de UTI de pessoas com suspeita ou infectadas pelo coronavírus, a região pode ser classificada na bandeira preta em uma rodada futura do Modelo de Distanciamento Controlado. 

O secretário da Saúde de Camaquã, Fabiano Martins, e o prefeito de Arambaré, Alaor Pastoriza, falaram sobre o tema em seus pronunciamentos nessa quinta-feira (2), onde também atualizaram os dados da covid nos respectivos municípios. De acordo com Martins, o poder Executivo camaquense tem acompanhado a situação delicada da Região Metropolitana de Porto Alegre e observa com muita atenção essa consideração. "A gente tem ficado muito preocupado, sim, com essa questão de Porto Alegre. A gente sabe que estão chegando ao limite e as consequências seriam a bandeira preta", frisou. 

Já para Pastoriza, tanto os gestores dos municípios quanto do Estado estão tomando todas as ações necessárias para conter a disseminação do vírus e que são recomendadas pelo governo federal, através do Ministério da Saúde. No entanto, ainda segundo o prefeito arambareense, a população deve colaborar e fazer a sua parte, cumprindo com todos os protocolos de higiene e distanciamento social para que o comércio não seja penalizado. "Se nós não colaborarmos, se nós não tivermos esse freio posto por dados decrescentes, nós teremos o pior, que é o lockdown, que é o fechamento total de todo o comércio. Será uma situação muito complicada para todos nós", afirmou.

Conforme levantamento da Secretaria da Saúde da capital, até ontem, eram 165 pacientes confirmados com covid-19 e 45 suspeitos hospitalizados, chegando a 210 internações relacionadas à doença, o que representava 36,77% do total de 571 internados nos 17 hospitais monitorados pelo órgão. Em Canoas, do total de 88 leitos de UTI, apenas oito estão vagos. Das 28 vagas para pacientes infectados pelo coronavírus, 27 estão ocupadas. Com isso, a prefeitura suspendeu novas internações desde a tarde de ontem e a medida será válida pelo menos por 48 horas.

E, mesmo que em Camaquã e nos demais municípios vizinhos, a pandemia esteja razoavelmente controlada, com poucos óbitos e internações pela covid, a curva no número de casos positivos da doença está crescendo neste período de inverno e agravamento das síndromes respiratórias. A região da Costa Doce, agrupada à Metropolitana, inevitavelmente, deve ser atingida com o que for decidido pelo governo gaúcho para a Grande Porto Alegre, que vive à beira de um colapso na saúde.

Uma possível classificação na bandeira preta representa restrições ainda mais restritivas quanto à atuação do comércio, impedindo até mesmo a venda pela internet e a tele entrega no varejo considerado não essencial. Além disso, fecha serviços permitidos na bandeira laranja, como academias e serviços de higiene pessoal. O setor da indústria também é afetado e ocorre uma redução na porcentagem de trabalhadores de 25%, com exceção para a indústria de alimento e farmacêutica, que têm permissão para manter 75%.

O que diz a Fecomércio-RS

A Fecomércio-RS se posicionou contrária às restrições impostas já pela bandeira vermelha, na qual mais de 40% das regiões está classificada nessa última rodada do Distanciamento Controlado. O presidente da federação, Luiz Carlos Bohn, gravou um vídeo nesta semana para o governador Eduardo Leite manifestando essa opinão. Um ofício também foi enviado ao governo solicitando ajustes às restrições previstas na classificação e uma investigação sobre como estão ocorrendo as novas contaminações pela covid-19. No entendimento da federação, a proibição a grande parte do comércio a partir da bandeira vermelha não leva em consideração todas as medidas que o setor vem tomando para prevenir a disseminação do novo coronavírus.

No documento, a Fecomércio-RS alerta que os comerciantes estão sendo duramente penalizados mesmo sem a comprovação de que contaminações estejam ligadas ao setor, o que acarreta o aprofundamento da crise econômica que já fechou 90 mil postos de trabalho e resultou na suspensão ou redução de 500 mil contratos de trabalho nos meses de março e abril no Estado. A entidade reitera que sempre apoiou a calibragem das restrições ao risco de esgotamento da capacidade hospitalar de cada região, mas observa que se faz necessário reavaliar o impacto das atividades comerciais na pandemia considerando todas as medidas de higienização, uso de EPIs, regras de distanciamento e diminuição da capacidade de atendimento implementadas:

“Concomitantemente à reabertura de estabelecimentos nas últimas semanas, observamos a ocorrência de diversas aglomerações e reuniões sociais que nada têm a ver com o funcionamento de empresas. É bastante razoável supor que esses eventos, que poderiam ser controlados e reprimidos a um custo econômico muito menor do que com o fechamento de empresas, sejam responsáveis pelo aumento de contaminações”, observou Bohn.

A Fecomércio-RS avalia que, na bandeira vermelha, uma restrição a 25% da capacidade de atendimento, sem diferenciação específica para o número de funcionários, seria uma medida mais razoável para o controle da pandemia, aliada a um maior rigor na fiscalização das aglomerações em outros ambientes. A entidade solicita ainda que seja feito um estudo sobre como estão ocorrendo as contaminações, para que as ações de combate à pandemia sejam mais eficazes e não prejudiquem injustamente um setor que está tomando todos os cuidados indicados para a prevenção da doença.

Assista aos pronunciamentos

Com informações de Moglia Comunicação Empresarial 

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