O pré-candidato a vereador do município de Patrocínio, em Minas Gerais (MG), Cássio Remis (PSDB), foi assassinado a tiros nessa quinta-feira (24) após criticar a prefeitura durante a realização de uma live em uma rede social. O suspeito de ser o autor do crime é Jorge Marra, irmão de Deiró Marra (PSB), prefeito do município, conforme afirmou a Brigada Militar.
Na transmissão, Remis criticava o uso de funcionários da prefeitura para a realização de serviços particulares em frente a uma casa que seria utilizada como comitê de campanha para reeleição de Marra.
As imagens mostram Jorge Marra, que é secretário de Obras do município, saindo de um carro e tirando o celular da mão de Cássio, encerrando o vídeo. Conforme a polícia, Remis teria ido à sede da Secretaria de Obras para tentar recuperar o aparelho e foi quando acabou sendo morto nas proximidades do local. O suspeito está foragido.
Veja o vídeo:
O corpo de Cássio Remis, de 37 anos, foi velado na Câmara de Vereadores de Patrocínio e sepultado na manhã desta sexta-feira (25). Em 2008, Remis foi o vereador e presidente mais jovem da história do município, exercendo dois mandatos consecutivos, entre 2009 e 2016.
Em entrevista, o prefeito Deiró Marra negou que tenha relação com o crime e disse que pediu a exoneração do irmão do cargo de secretário. O gestor afirmou também que não sabe do paradeiro de Jorge e rebateu as críticas feitas pelo candidato assassinado, dizendo que a obra é um serviço comum e de conhecimento público.
O presidente estadual do PSDB e deputado federal, Paulo Abi-Ackel, se manifestou sobre o caso em uma publicação no Twitter. “O PSDB-MG manifesta seu mais profundo repúdio à violência que se abateu sobre o Presidente Municipal do PSDB de Patrocínio, Cássio Remis. Nenhuma divergência política justifica a substituição do debate e das diferenças por meios violentos, ainda mais diante de vidas humanas”, escreveu.
O PSDB-MG manifesta seu mais profundo repúdio à violência que se abateu sobre o Presidente Municipal do PSDB de Patrocínio, Cássio Remis. Nenhuma divergência política justifica a substituição do debate e das diferenças por meios violentos, ainda mais diante de vidas humanas.
— Paulo Abi-Ackel (@pauloabiackel) September 24, 2020