Com cerca de 70 ordens judiciais sendo cumpridas, a Polícia Civil desencadeou nesta manhã de terça-feira (3) a Operação Cativeiro em municípios da Região Metropolitana e Sul do Rio Grande do Sul, com o apoio da Brigada Militar.
A ação está acontecendo em Porto Alegre, Cachoeirinha, Canoas, Pelotas e Charqueadas. São sessenta mandados de busca e apreensão e nove de prisão preventiva pelos crimes de extorsão mediante sequestro e organização criminosa.
A mobilização teve apoio da Superintendência dos Serviços Penitenciários e da Guarda Municipal de Canoas. A equipe tática da Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE) da Polícia Civil e os efetivos do 1º Batalhão de Polícia de Choque (1º BPChq), Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) e Força Tática do 15º BPM, todos da Brigada Militar, participaram da operação, que teve ainda apoio aéreo dos helicópteros das duas corporações.
Investigação
As investigações tiveram início quando um grupo criminoso se infiltrou em dois condomínios do programa Minha Casa Minha Vida no bairro Rio Branco, em Canoas, expulsando os moradores e realizando ameaças para conseguir praticar o tráfico de drogas na região.
Como as ações policiais nos condomínios para coibir a ação da organização criminosa estavam causando prejuízo, a facção sequestrou a sogra de um policial militar com o intuito de obter dados do policial. A ordem para o sequestro, conforme as investigações, partiu de dentro do sistema prisional.
O rapto foi encerrado em uma abordagem da Brigada Militar. Na época, a vítima deu uma falsa versão dos fatos, que foi descoberta mais tarde, através do setor de inteligência da Brigada Militar. A mulher foi colocada no programa de proteção a testemunhas do RS.
Também foi possível identificar que os crimes eram comandados de dentro do presídio. Foram apontados pelo menos oito criminosos envolvidos no crime de extorsão mediante sequestro realizado, sendo que o porteiro de um destes condomínios teria participado do crime de extorsão mediante sequestro praticado contra a mãe da companheira do policial militar.
Um dos investigados seria o mandante do incêndio em um ônibus no terminal Mathias Velho, em Canoas, no ano passado. Ele foi preso em flagrante pelo crime.
Resultado
Seis pessoas foram presas e os policiais apreenderam duas armas, munições, drogas, miguelitos (pregos retorcidos), colete balístico, balaclava (espécie de touca ninja) e um rádio comunicador.
A Operação Cativeiro contou com 500 agentes de segurança, sendo 290 policiais civis, 160 policiais militares, 30 guardas municipais e 20 agentes da Susepe.