Economia

Mudanças no setor de serviços durante a pandemia de COVID-19

O setor de serviços, também chamado de setor terciário, foi o setor que mais sofreu impactos e mudanças por causa da pandemia de covid-19

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13/05/2021 - 11h39min Corrigir

Enquanto alguns tipos de serviços perderam espaço na economia, como os serviços relacionados a turismo - que diminuíram pela metade em São Paulo durante 2020, segundo dados da Pesquisa Conjuntural do Setor de Serviços na Cidade de São Paulo (PCSS) da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) e hotelaria, outros se expandiram como não estava previsto nem para um período mais extenso, como o caso das agências de criação de sites, marketing, gerenciamento de mídias sociais e SEO.

No momento atual, o setor de serviços está em recuperação e, segundo dados divulgados no dia 15 de abril de 2021 pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), cresceu 3,7% na passagem de janeiro para fevereiro, superando, pela primeira vez, o patamar em que se encontrava antes do início da pandemia do novo coronavírus, mas isso ainda não é o bastante para colocar as coisas no lugar.

O que é o setor de serviços

O setor de serviços engloba diversos tipos de atividades que entregam valor ao invés de entregar um bem material.

Algumas das atividades inclusas no setor de serviços são:

  • Professores,
  • Advogados,
  • Empresa de Mudanças,
  • Mecânicos,
  • Garçons,
  • Vendedores,
  • Administradores,
  • Médicos,
  • Costureiras, e tantos outros.
  • Agência de inbound marketing

Observado essa pequena lista é possível entender, até mesmo de forma empírica, como o setor de serviços foi modificado.

Professores passaram a oferecer aulas online, advogados precisaram se acostumar com audiências via Zoom ou outros aplicativos, quem trabalha em uma empresa de mudanças precisou reforçar os cuidados com higiene e respeitar limites de horários impostos por restrições de circulação e assim por diante.

Cada tipo de atividade precisou realizar ao menos um tipo de alteração no seu protocolo de exercício para continuar funcionando, mas em nenhum momento o setor de serviços teve sua importância questionada durante a pandemia.

Serviços digitais ganham maior visibilidade durante a pandemia

 “Serviço geralmente não se transforma em matéria e ao contrário do setor industrial, por exemplo, o estoque significa clientela satisfeita e fiel”. A declaração é de James Teboul, titular do Instituto de Gestão Estratégica para Dirigentes Empresariais (Insead) da França.

É justamente por causa da intangibilidade que o setor de serviços digitais cresceu e continua crescendo tanto.

Com a alta escalabilidade oferecida pelo SaaS (Software como Serviço), em que a empresa comercializa o acesso online ao software no formato de assinatura de planos, serviços na nuvem, a facilidade de replicar modelos, a venda de licenças de uso e outras ferramentas online, é possível que empresas que fornecem serviços na internet, como uma agencia de marketing digital, atendam muito mais pessoas e companhias, utilizando inteligência artificial e aplicando técnicas replicáveis testadas, para gerar resultado para seus contratantes. 

Lucas Maynard, economista do banco Santander Brasil, comentou o avanço na área de serviços tecnológicos frente à pandemia: “Serviços como um todo vão avançar com vacinação, mas já se observa um dinamismo positivo. As empresas começaram a lidar melhor com a pandemia, com digitalização, adaptando-se às circunstâncias. Serviços de informação estão acima do patamar pré-pandemia”.

Setor de serviços é aposta mundial para crescimento econômico

Segundo Teboul, nos Estados Unidos, 77% da população economicamente ativa trabalham em serviços.

Muitas pessoas podem achar esse dado estranho, pois percebem economias de primeiro mundo de forma muita avançada, tecnológica e entendem que serviços são atividades primitivas, simples, sem grande ciência incorporada.

O ponto chave é exatamente a quebra desse preconceito, pois a grande maioria das atividades científicas, tecnológicas e inovadoras está enquadrada justamente neste setor: o de serviços.

A valorização econômica desse grupo de atividades é apenas a constatação da formação da “economia do conhecimento” preconizada no relatório da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômicos (OCDE, Oslo, 1997).

Setor de serviços sentiu impacto durante pandemia

Na economia brasileira, as empresas prestadoras de serviços representam 44,9% de todas as empresas ativas no país, sendo responsável por cerca de 70% do PIB.

Dados do Data Sebrae mostram que, em maio de 2020, já existiam 8,64 milhões de empresas de serviços ativas no Brasil e a tendência é crescente.

Apesar dos dados serem animadores, de um modo geral, o setor de serviços teve perdas significativas durante a pandemia.

Segundo a Pesquisa Impactos da Pandemia no Setor de Serviços, realizada pela CEBRASSE (Central Brasileira de Setor de Serviços), 61% dos empresários do setor de Prestação de Serviços teve afastamento de pelo menos 20% de seus funcionários, dos postos de trabalho e 40,7% dos empresários entrevistados alegaram ter até 20% de pendência no recebimento dos contratantes.

Outra pesquisa, desenvolvida pelo IBGE, apontou que 2020 foi o pior ano desde que foram iniciadas as pesquisas sobre o segmento, em 2012, e que o resultado negativo interrompeu dois anos de alta. A retração foi de 7,8% em relação ao ano anterior.

Alberto Ramos, diretor de pesquisas econômicas para a América Latina no Goldman Sachs, deu uma declaração sobre as expectativas para os próximos meses: “Esperamos que alguns dos serviços mais impactados se recuperem conforme a vacinação em massa avance. No curto prazo, a recente aceleração nos novos casos do vírus, aceleração da inflação e retirada de alguns dos generosos programas de transferências fiscais podem moderar o ímpeto por trás da recuperação do setor de serviços”.

Considerações finais

A importância do setor de serviços é imensa nas grandes economias e não poderia ser diferente no Brasil.

Assim como no restante do mundo, diversas atividades do setor de serviços brasileiro foram fortemente impactadas pela pandemia de covid-19, especialmente as que giravam em torno de lazer e viagens e a indústria, enquanto, na outra ponta, serviços de tecnologia, inteligência artificial e comunicação se expandiram e elevaram suas participações no PIB do país.

As tendências apontam para melhoria dos resultados do setor de serviços ao passo que a imunização da população é expandida e espera-se que ainda em 2021, alguns setores possam recuperar-se, ainda que parcialmente, dos prejuízos contabilizados em 2020.

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