Foi preso, na tarde desta quinta-feira (17), o médico ginecologista acusado de abusar sexualmente de pacientes em Canguçu, na região sul do Rio Grande do Sul. Cairo Barbosa, de 65 anos, é suspeito de ter cometido pelo menos 30 crimes de violência sexual contra mulheres entre 2012 e 2020.
O mandado de prisão preventiva foi decretado pela Comarca de Canguçu e cumprido pela Polícia Civil. O acusado foi encontrado em um apartamento na praia do Cassino, em Rio Grande. Ele deve ser encaminhado para o Presídio Estadual de Canguçu, após passar pelos trâmites legais de praxe.
O caso ganhou repercussão no final de maio, quando veio à tona que quatro mulheres foram até a delegacia do município e registraram ocorrência contra o médico, alegando que foram abusadas sexualmente durante atendimento no Hospital de Caridade de Canguçu, entre os anos de 2012 e 2017. Nenhuma das vítimas se conhecia e as denúncias foram feitas no decorrer do ano passado.
A polícia abriu um inquérito para apurar o caso e após o encerramento da investigação, remeteu a conclusão ao Poder Judiciário. Por sua vez, a Justiça expediu medidas cautelares contra o suspeito. Uma delas foi a suspensão imediata das atividades do médico no hospital onde ocorreram as violências. E a segunda foi a suspensão dos direitos dele exercer a profissão em consultório, que está em vigor desde 5 de junho.
Posteriormente, mais mulheres procuraram a polícia para realizar denúncia contra o médico - totalizando 35 vítimas até agora, segundo informações do Ministério Público. Dezesseis crimes já haviam prescrito. Por isso, essas mulheres foram ouvidas apenas como testemunhas.
Conforme os depoimentos, o acusado cometia os abusos de forma semelhante em todos os casos. Durante os atendimentos, ele não utilizava luvas cirúrgicas e realizava a estimulação do clitóris das pacientes, que estavam desacompanhadas no momento. Além disso, pedia para que as mulheres ficassem completamente nuas, apalpava partes do corpo delas e perguntava se estavam sentindo orgasmos.
Barbosa responde pelo crime de violência sexual mediante fraude. O Conselho Regional de Medicina do RS (Cremers) abriu uma sindicância para avaliar a conduta do médico. Se forem constatados os abusos, ele perderá o registro. Os advogados do acusado alegam que ele só vai se manifestar em juízo.