A mulher acusada de dopar e queimar vivo o marido em Dom Feliciano responderá pelos crimes de homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver. O inquérito foi concluído pela Polícia Civil e entregue ao Poder Judiciário. O documento possui 157 páginas, contendo depoimentos e laudos da perícia comprovando o crime. A morte ocorreu no último dia 15 de fevereiro, na localidade de Colônia Nova, no interior do município. Mas o caso ganhou repercussão no mês passado, após Elizamara Moura, de 35 anos, ser presa e confessar a autoria do assassinato.
Primeiramente, Erni Pereira da Cunha, de 42 anos, foi dado como desaparecido. Elizamara, inclusive, chegou a registrar ocorrência sobre o desaparecimento na Delegacia de Camaquã. No entanto, a polícia passou a desconfiar da mulher por conta de várias informações de depoimentos dela que não coincidiam. Segundo a investigação, a acusada misturou calmante no suco de laranja do marido. Depois, ela arrastou o homem, ainda com vida, para a estufa de tabaco, que fica nos fundos da propriedade do casal. Nisso, a mulher colocou o corpo na fornalha, onde ele ficou queimando por três dias. Laudos do Instituto-Geral de Perícias (IGP) de Pelotas encontraram fragmentos de ossos na fornalha.
Durante a investigação, os policiais descobriram que Elizamara havia pesquisado na internet sobre como matar uma pessoa utilizando veneno. O casal estava junto há 21 anos. Eles tinham dois filhos, um rapaz de 20 e uma adolescente de 16 anos. A família morava no mesmo local do crime e trabalhava na agricultura. A polícia chegou a prender preventivamente o filho mais velho por suspeita de participação no crime. Mas após alguns dias no Presídio Estadual de Camaquã, ele foi liberado por falta de provas.
A mulher está detida na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Em sua defesa, ela alegou que sofria agressões e ameaças do marido. Porém, de acordo com a polícia, não havia nenhum registro de violência doméstica contra o homem.
Outras possíveis suspeitas foram elencadas sobre os reais motivos do crime, mas a investigação não conseguiu comprovar nenhuma das hipóteses levantadas. O caso ficou sob responsabilidade da delegada Vivian Sander Duarte, da Delegacia de Polícia de Camaquã.