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China proíbe crianças de jogar videogame online durante a semana

Os menores terão apenas uma hora de jogo entre 20h e 21h na sexta-feira, fins de semana e feriados

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31/08/2021 - 10h06min Corrigir

A China proibiu jogadores online menores de 18 anos de jogar durante a semana e limitou seu jogo a apenas três horas na maioria dos fins de semana, marcando uma escalada significativa de restrições na enorme indústria de jogos do país.

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A partir desta semana, os menores terão apenas uma hora de jogo entre 20h e 21h na sexta-feira, fins de semana e feriados, de acordo com um comunicado do órgão de vigilância da mídia chinesa - a National Press and Publication Administration (NPPA) - que foi postado pela agência de notícias estatal Xinhua nessa segunda-feira (30).

A mudança representa um grande aperto nos limites anteriores estabelecidos pela agência em 2019, que restringia o jogo a 90 minutos durante a semana e três horas nos fins de semana para crianças. As autoridades disseram que as restrições foram postas em prática para ajudar a evitar que os jovens se tornem viciados em videogames.

O NPPA observou esta semana que as regras estavam sendo emitidas "no início do novo semestre [escolar], colocando requisitos específicos para prevenir o vício em jogos online e proteger o crescimento saudável dos menores."

Os investidores reagiram rapidamente. NetEase (NTES) caiu 3,4% durante o horário normal de negociação em Nova York na segunda-feira. A Tencent (TCEHY) sofreu praticamente a mesma queda em Hong Kong na terça-feira, antes de voltar a subir 1,6%.

Uma escalada de repressão

Nos últimos meses, a China embarcou em uma grande repressão à iniciativa privada, que envolveu alguns dos principais jogadores do país. Inicialmente, parecia que o principal alvo dos reguladores era o setor de tecnologia em expansão, mas ultimamente isso se expandiu para atingir outras indústrias, como a educação privada.

Alicia Yap, analista do Citi, disse esperar que o impacto das últimas restrições às empresas de jogos seja "mínima", com menos de um "único dígito" na receita da China tanto para a Tencent quanto para a NetEase.

"Dito isso, acreditamos que isso ainda representará outro revés para a indústria e, potencialmente, enviará outra onda de sentimento negativo ao mercado e reduzirá as expectativas gerais dos investidores para o crescimento futuro da indústria de jogos", escreveu ela em nota aos clientes nesta terça-feira (31).

Em uma entrevista coletiva na segunda-feira, um porta-voz da NPPA disse que as novas restrições rígidas eram em resposta às reclamações dos pais.

"Muitos pais disseram que o vício dos adolescentes em jogos online afetou seriamente seus estudos e saúde física e mental, levando a uma série de problemas sociais, fazendo muitos pais sofrerem", disse o representante não identificado, de acordo com um relatório da Xinhua.

Nos últimos anos, o governo chinês implementou um sistema de registro que exigia que as pessoas que jogavam jogos de computador o fizessem usando seus nomes reais, permitindo que as empresas os verificassem.

Esta semana, reiterou essa política, com o NPPA observando que "as empresas de jogos online não devem fornecer serviços de jogos de qualquer forma ... para usuários que não se registraram ou não fizeram login com seus nomes reais."

Em nota na terça-feira, a Tencent disse que vem trabalhando em "várias novas tecnologias e funções para a proteção de menores" desde 2017.

"Isso vai continuar, já que a Tencent cumpre estritamente e implementa ativamente os mais recentes requisitos das autoridades chinesas", acrescentou a empresa.

A Tencent observou anteriormente que o valor da receita que recebe de menores jogando é relativamente pequeno. Na sua mais recente apresentação de ganhos, disse que os jogadores com menos de 16 anos representavam apenas 2,6% das receitas brutas do jogo na China.

Martin Lau, o presidente da empresa, também disse na época que "há uma série de novas regulamentações que virão, mas estamos bastante confiantes de que podemos estar em conformidade".

A gigante chinesa da tecnologia já havia feito manchetes no início deste mês por anunciar limites para a quantidade de tempo que os menores poderiam passar jogando os jogos online da empresa, como o popular título "Honra dos Reis".

Segundo essas regras, os menores podiam jogar apenas duas horas nos feriados e uma hora nos outros dias.

A declaração foi feita depois que um jornal de propriedade da Xinhua publicou uma longa análise que usava termos como "ópio espiritual" e "droga eletrônica" para descrever os efeitos nocivos do jogo nas crianças.

A NetEase não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

As novas regras geraram protestos nas redes sociais chinesas, onde muitos usuários reclamaram que eram muito rígidas.

"Esta política presume que jogar é ruim", escreveu um usuário no Weibo, a plataforma chinesa semelhante ao Twitter.

Alguns também apontaram as desvantagens de impor uma proibição geral, sugerindo que deveria haver regras aplicáveis ​​a "diferentes tipos de jogos e menores de diferentes idades".

"[As idades de] 7 e 17 são iguais?" perguntou outro usuário do Weibo.

Outros temiam que isso acabasse deixando o país para trás no mundo dos jogos competitivos.

"A China não tem futuro para os e-sports. É impossível para os adolescentes treinarem", escreveu um terceiro usuário do Weibo. "Crianças de outros países ganharão o campeão mundial aos 17 anos, enquanto começamos a jogar aos 18 anos."

Com informações CNN Business

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