O vereador camaquense Mano Martins (DEM) utilizou as redes sociais, na tarde desta sexta-feira (12), para falar a respeito da acusação sobre o suposto pedido de propina em troca de apoio na cedência de área pública para instalação da empresa Canarana Agro Comercial em Camaquã. O nome do parlamentar foi citado pelo sócio-proprietário da entidade, José Claudir Machado, na última terça-feira (9), durante depoimento na CPI instaurada pela Câmara de Vereadores para apurar a denúncia.
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Mano afirmou que espera o andamento do processo de investigação para se manifestar sobre o caso. "Eu não estive na imprensa ainda. Eu não quero me manifestar antes de deixar o andamento da CPI. E, após isso, a gente vai se manifestar na imprensa, a gente vai dar coletiva. Vocês vão ter retorno desse vereador", garantiu.
O parlamentar pediu a confiança da comunidade, mas admitiu que se sente abalado com a acusação e citou estar sendo perseguido por ser muito atuante em seus mandatos. "Confiem no vereador Mano, confiem em mim. Eu não fiz nada de errado. Continuo trabalhando e honrando cada um de vocês. E é tão claro que eu tô honrando cada um de vocês porque tô incomodando. E porque tô incomomando é que tá acontecendo tudo isso", falou.
"Vou dar o retorno pra vocês e a Justiça vai fazer o papel dela, porque a Justiça existe pra isso. A gente vai procurar nossos direitos, a nossa defesa será apresentada e logo ali isso vai acabar. E vocês vão continuar se orgulhando desse vereador, porque eu entrei aqui pra trabalhar pra vocês, não pra político. Quem manda no meu mandato é vocês (sic). Eu só vou parar quando vocês disserem: 'não, chega', e o voto não chegar na urna. Até lá, eu vou continuar honrando vocês, queira ou não queira", encerrou o vereador.
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Relembre
O caso veio à tona após o vereador Vítor Azambuja (Progressistas) afirmar que recebeu mensagens intimidatórias via aplicativo enviadas por José Claudir Machado. O empresário camaquense Elissandro Sperb de Freitas também disse ter recebido supostas mensagens do gestor.
A empresa Canarana Agro Comercial é especializada na importação e exportação de fumo, com faturamento mensal aproximado de R$ 120 mil, mas que tinha com promessa de investimento em Camaquã um valor superior a R$ 170 milhões. A prefeitura estudava doar uma área pública de 13 hectares para a instalação da firma.
A tramitação do projeto gerou polêmica entre o Poder Público e a comunidade, principalmente com relação ao potencial e a capacidade econômico-financeira da empresa. No final de setembro, o sócio-proprietário da Canarana enviou um documento ao prefeito Ivo de Lima Ferreira (PSDB) confirmando a desistência por parte da entidade de investir no município.
De acordo com a declaração, a renúncia foi embasada nas situações consideradas vexatórias que a empresa foi submetida durante audiência pública realizada pela Câmara de Vereadores no dia 23 de setembro. A reunião foi convocada pelo presidente da Comissão de Orçamento, Finanças e Controle Externo do Legislativo camaquense, vereador Claiton Silva (PDT), para debater possíveis contradições sobre a cedência do terreno e a concessão do incentivo empresarial. Outros fatores ligados ao incentivo público que seria empregado para implantação da empresa no município foram vistos como desfavoráveis pela direção da firma para que a parceria fosse concretizada.
A partir da denúncia do vereador Vítor Azambuja, a Câmara instaurou a CPI da Propina, composta pelo presidente Vinícios Araújo (MDB), vice-presidente Ronaldinho Renocar (Progressistas) e relator Mozart Pielechowski (PSDB).
No dia 4 de novembro, tanto Azambuja quanto Sperb prestaram depoimento na primeira audiência da CPI. Já Machado foi ouvido no segundo dia de oitivas, no dia 9 de novembro. Ele afirmou ter ido à residência do vereador Mano Martins, que estava acompanhado do assessor Uiler Dillmann. Mano teria solicitado um “benefício” para acelerar com o projeto que estava em uma das comissões. A ajuda consistia em oferecer apoio ao parlamentar que possui desejo de concorrer a deputado estadual no próximo pleito.
Conforme Machado, não chegaram a tratar de valores em troca de apoio, mas no encontro foi dito que se não houvesse um acordo entre eles, a proposta que tramitava no Legislativo não iria avançar.
A comissão esteve reunida mais uma vez, na última quarta-feira (10), para definir os próximos passos do processo.
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