Um assunto que está causando bastante polêmica entre o Poder Público de Dom Feliciano é a liberação por parte do governo federal para estudos de viabilidade da barragem no arroio Sutil. O documento foi assinado no dia 31 de dezembro pelo Ministério do Desenvolvimento Regional, juntamente com a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), responsável pela análise.
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Na manhã desta terça-feira (11), o vereador Cristiano Studzinski (PT) postou um vídeo na rede social no qual se manifesta contrário ao estudo. O pronunciamento foi realizado no plenário da Câmara, durante sessão ordinária ocorrida nessa segunda (10). A preocupação de Studzinski é com a comunidade que mora na região e se sustenta da agricultura familiar. Cerca de 400 famílias entre Dom Feliciano e Chuvisca serão afetadas com a construção da represa. No local, considerado uma das terras mais férteis da região, agricultores sobrevivem do plantio de tabaco, uva e criação de gado, entre outros cultivos.
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“Até hoje eu não vi nenhum agricultor do nosso município comemorando estudo de viabilidade de construção de barragem”, defendeu.
O parlamentar propõe durante a fala que haja uma mobilização política do município para impedir que a análise continue. “O país em crise, a economia caindo e vem gente me falar que vão fazer estudo só de barragem. Se vão fazer estudo é porque vão fazer barragem, sim!”.
Studzinski afirma que nenhum representante dos poderes Executivo e Legislativo de Dom Feliciano foi notificado sobre a assinatura do termo para início do estudo, sendo que cerca de 90% das terras do arroio Sutil estão localizadas em áreas do município. “Ninguém tá aqui defendendo um lado ou outro e ninguém também tá aqui sendo contra. Agora, sou totalmente contra a assinatura sem nenhum político de Dom Feliciano”, comentou. “É ridículo um estudo sem nenhum político do município saber. [...] São mais de 200 famílias desse lado. O que serão feitas dessas famílias?”, questiona.
“Em momento nenhum cita Dom Feliciano. Tomara que eu esteja falando uma besteira aqui e que essa barragem não é em Dom Feliciano, porque não parece que é. Ou Dom Feliciano não tem autoridade, não tem prefeito, não tem vice, não tem vereador. Só tem o pessoal de Camaquã, os arrozeiros de Camaquã, os fazendeiros do Partido Progressistas... E não tem mais político aqui na cidade pra ser notificado, pra ser informado ou pra ser perguntado qual é a sua posição sobre a barragem. Eu tenho a minha posição: eu sou totalmente contra estudo ou qualquer balela de barragem aqui no arroio Sutil”, finalizou.
Assista ao pronunciamento
Na semana passada, o prefeito de Dom Feliciano, Clenio Boeira (PTB), utilizou as redes sociais para afirmar que é contrário à construção da barragem.
"Surge mais uma vez a história da Barragem no Arroio Sutil. Fui contra, sou contra e serei sempre contra inundarem nossas terras mais férteis para levar água para arrozeiros, deixando cerca de 300 famílias sem terra para produzir seu sustento. O triste é que tem lideranças de Dom Feliciano a favor", escreveu o gestor.
Entenda o caso
A pauta sobre o aproveitamento dos recursos hídricos da bacia do arroio Sutil vem sendo discutida por políticos da região desde 2005. O principal objetivo do projeto é encontrar novos meios para ampliar a irrigação e a produção agrícola regional. Várias reuniões foram articuladas com lideranças políticas de Camaquã e representantes da Associação dos Usuários do Perímetro de Irrigação do Arroio Duro (AUD) ao longo deste período.
A proposta foi defendida, atualmente, em Brasília, junto ao Ministério do Desenvolvimento Regional, pelo deputado federal Jerônimo Goergen, pelo senador Luís Carlos Heinze e pelo deputado estadual Marcus Vinícius de Almeida, que preside a Frente Parlamentar em Defesa da Metade Sul. Os parlamentares são coligados ao Partido do Progressistas (PP) e apontam que a conquista vai potencializar o desenvolvimento e movimentar a economia regional.
Para a realização da obra, bastava a retomada do Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA). O valor total do contrato assinado na última semana supera R$ 2 milhões, sendo que, somente na fase inicial, serão garantidos R$ 712 mil.
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