O solo é a base de todos os ciclos biológicos que compõem a dinâmica do planeta terra e, segundo Ana Maria Primavesi, “o segredo da vida é o solo, porque do solo dependem as plantas, a água o clima e a nossa vida. Não existe ser humano sadio se o solo não for sadio”. E é por isto que a Emater/RS-Ascar orienta os produtores para acompanharem e investirem para que o solo seja sadio e fértil, pois isto é primordial. Para a fertilidade devem ser considerados três aspectos: a fertilidade física, química e biológica do solo.
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A fertilidade química é, para muitos, o único aspecto levado em consideração na hora de melhorar a fertilidade de um solo. No entanto, esta decisão é equivocada porque a disponibilidade de nutrientes depende também de sua estrutura física e biológica. Além disso, o equilíbrio entre estes nutrientes é tão importante quanto seus teores num solo sadio.
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Um solo bem estruturado e com boa fertilidade física possui cerca de 50% de seu volume composto de espaço poroso (25% de ar, 25% de água) e 50% de material sólido (45% de minerais e 5% de matéria orgânica).
Esta estrutura física representada pelo espaço poroso só é conseguida de forma estável pela presença de matéria orgânica e atividade biológica em níveis satisfatórios já que a formação e a estabilidade de macro e micro agregados ocorre devido a presença de compostos orgânicos produzidos pela micro vida presente no solo.
O terceiro aspecto que é fertilidade biológica influencia diretamente a geração e manutenção da física, pois proporciona porosidade adequada para retenção de umidade, aeração, a penetração de raízes e a mobilidade dos organismos neste solo, enquanto auxilia a fertilidade química através da liberação de nutrientes pela mineralização da matéria orgânica e a fixação destes nutrientes pela formação de húmus.
Quando se trata a fertilidade de um solo apenas com o enfoque químico e o uso exclusivamente de adubos solúveis com base no NPK, muitas vezes acabamos por prejudicar os demais aspectos da fertilidade do solo já que estes adubos, por serem sais, podem prejudicar a vida do solo prejudicando a atividade biológica, degradando o húmus e desestruturando o solo fisicamente, ressaltam os extensionistas.
Um manejo da fertilidade do solo com base ecológica busca justamente atender todos esses aspectos da fertilidade simultaneamente com o objetivo de ampliar o teor de biomassa e a atividade biológica do solo. Isto se dá pelo aumento da biodiversidade tanto de cultivos e seus arranjos, quanto pela biodiversidade de organismos presentes no solo.
O escritório Municipal da Emater de Cerro Grande do Sul vem fomentando este tipo de manejo da fertilidade do solo através de atividades que vão desde reuniões em comunidades com palestras técnicas sobre o tema, interpretação de análises de solo com base agroecológica, até a implantação de unidades demonstrativas com uso de adubação verde e bioinsumos em propriedades de agricultores assistidos.
O uso de adubação verde com coqueteis contendo leguminosas de verão como mucunas e crotalárias é uma das práticas que será tema de um dia de campo a ser realizado no final deste verão, em data ainda a ser definida. Quem estiver interesse em se aprofundar um pouco mais no assunto, pode procurar o escritório da Emater/RS-Ascar de Cerro Grande do Sul, na Rua Doutor Henrique Vila Nova, 396 ou pelo fone (51) 9974-35247.
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