Educação

A guerra no vestibular: 8 pontos para estudar e entender o conflito na Ucrânia

O time editorial da FTD Educação destaca os principais aspectos históricos, geográficos e políticos que envolvem o conflito

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07/03/2022 - 17h24min FTD Educação Corrigir

É muito comum acontecimentos atuais, como a Guerra na Ucrânia, serem tema de questões ou mesmo da redação de vestibulares. No meio de tantos fatos, diferentes análises e novas informações, como se preparar para as provas ou para escrever sobre esse assunto? A equipe editorial de História e Geografia da FTD Educação, referência nacional em soluções educacionais, traz os principais pontos sobre o conflito.

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O time é formado pelas editoras e geógrafas Carolina Massuia de Paula e Karen Aline Herbele e pela editora e historiadora Susi Aparecida Reis Gil Novaes. Responsáveis pela produção de materiais didáticos que chegam a milhares de escolas públicas e privadas em todo Brasil, as especialistas listam oito pontos para entender a guerra e as relações entre Rússia, Ucrânia e Otan. Elas também indicam filmes e podcasts para os estudantes se aprofundarem no tema e reforçam a importância de se manterem atualizados sobre os desdobramentos do conflito.

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1- O contexto

No dia 21 de fevereiro de 2022, a Rússia reconheceu a independência de dois territórios no leste da Ucrânia: Luhansk e Donetsk, que são amplamente controlados por grupos separatistas pró-Rússia. Pouco depois, tropas russas entraram na área, o que significou o prelúdio de uma invasão mais ampla. No dia 24 de fevereiro, a Rússia iniciou uma ofensiva militar em diversas cidades do país vizinho. As tropas cruzaram fronteiras ao sul, leste e nordeste ucraniano, dominando a estratégica saída para o Mar Negro e tensionando pontos como Chernobyl e a capital Kiev.

2- Tensões territoriais históricas

Um dos fundamentos do conflito entre a Rússia e a Ucrânia está no processo histórico de formação socioterritorial. Considerada um ponto estratégico entre a Rússia e o Ocidente, a região da Ucrânia há mais de mil anos é ocupada por uma diversidade de povos. No século XVII, parte dela foi anexada pelo Império Russo, enquanto outras porções pertenciam à Polônia, à Lituânia e ao Império Austro-Húngaro. Durante a Revolução Russa, a Ucrânia lutou por sua independência até 1921, quando foi dividida entre bolcheviques russos, poloneses, romenos e tchecoslovacos.

3- Fim da União Soviética

Somente em 1991, com a queda do regime soviético, a Ucrânia se constituiu como um Estado independente. No entanto, parte dos ucranianos, sobretudo de algumas regiões ao leste, próximas à fronteira russa, tem uma identificação étnica e cultural com os russos, o que alimenta tanto as ambições russas de anexação de territórios ucranianos como a formação de movimentos separatistas na Ucrânia. Uma questão importante para entender o conflito é o interesse da Rússia em manter, e até mesmo aprofundar, sua esfera de influência no Leste Europeu — em detrimento de outras potências, como os Estados Unidos e a União Europeia.

4- Otan mais abrangente

Com a desagregação da União Soviética, na década de 1990, a influência ocidental avançou sobre antigas repúblicas soviéticas, que começaram inclusive a se unir à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), uma aliança militar ocidental com 30 países, liderada pelos Estados Unidos e criada durante a Guerra Fria para se opor às forças militares da União Soviética — que em resposta criou o Pacto de Varsóvia, uma aliança militar do bloco soviético, extinto em 1991. O fim do bloco soviético reduziu a influência regional da Rússia, que considera a expansão da Otan uma ameaça ao seu poder geopolítico e mesmo à sua integridade territorial. A Rússia considera que a entrada da Ucrânia na Otan tornaria o seu território mais vulnerável ao imenso poderio militar da organização.

5- Proteção territorial e saída para o mar

A Rússia é a maior nação continental do mundo, e o terreno plano que domina a paisagem da porção oeste do país não impõe obstáculos geográficos à sua invasão: por ali o país foi invadido diversas vezes nos últimos oito séculos. Além disso, o país não possui acesso a mares de água quente, que não congelam durante os meses de inverno. É nas regiões da Crimeia e de Donetsk que estão os principais portos e o acesso às rotas marítimas que permitem os fluxos comerciais dos países da região. Essas duas preocupações — a vulnerabilidade do território e a falta de acesso a rotas marítimas — foram fundamentais para a invasão da Ucrânia pela Rússia em 2014 e 2022.

6- A exportação de gás natural

Os combustíveis e produtos energéticos, isto é, o petróleo e o gás, representam aproximadamente 60% das exportações da Rússia, dona da maior reserva de gás natural do mundo (24% das reservas globais) e da sexta maior reserva de petróleo (6,1% das reservas globais). No entanto, a Ucrânia possui uma grande rede de gasodutos, construídos no período soviético, que transporta o gás dos campos russos para a Europa. Cerca de 40% da importação de gás do continente vem da Rússia. O conflito entre a Rússia e a Ucrânia coloca a segurança energética da Europa em risco porque as infraestruturas dos gasodutos em território ucraniano podem ser danificadas no conflito. Além disso, A Rússia pode reduzir ou bloquear o fornecimento de gás para os países europeus em resposta às sanções por eles impostas.

7- A ONU e a comunidade internacional

A invasão da Rússia ao território ucraniano representa uma grande ruptura com a diplomacia mundial, deixando países e organizações internacionais em alerta. Autoridades de diversos países já se pronunciaram condenando a iniciativa militar, como os Estados Unidos e Estados europeus, ou defendendo a busca de soluções pacíficas e negociadas, como proposto pela China. A Organização das Nações Unidas (ONU) pede o fim dos conflitos — mas como ela pode intervir nessa questão?

Para atuar nesse tipo de situação, a ONU pode lançar mão de sanções como a suspensão de relações econômicas com o país beligerante ou dos fluxos de comunicação e transporte de que ele necessita, evitando o uso da força militar. A intervenção direta da ONU é ainda mais difícil nesse caso, pois a Rússia é um membro permanente do Conselho de Segurança da instituição, esse órgão é o responsável pela manutenção da segurança internacional e os países permanentes possuem poder de veto para as deliberações tomadas.

8- O papel das sanções

Diversos países ao redor do mundo vêm impondo sanções econômicas contra a Rússia para forçar o país a interromper a agressão militar contra a Ucrânia e reiniciar o diálogo pacífico entre as nações. Os Estados Unidos anunciaram sanções para limitar a produção russa de artigos militares. Isso significa que as empresas norte-americanas estão proibidas de exportar tecnologias e componentes marítimos, de navegação e aviação. O governo dos EUA também proibiu importantes empresas estatais russas de captar dinheiro nas bolsas de valores nos Estados Unidos para financiar seus projetos de investimentos.

A União Europeia estabeleceu uma série de controles de exportação de itens relacionados aos setores energético e de transporte. A Alemanha suspendeu a certificação do megaprojeto russo Nord Stream 2, construído para levar gás natural da Rússia para a Europa contornando países como a Polônia e a Ucrânia. Países como Japão, Nova Zelândia e Austrália congelaram os investimentos de alguns indivíduos e bancos russos, além de proibirem exportações para organizações militares russas. Federações esportivas e empresas de diversos setores também têm adotado restrições à Rússia.

Para assistir:

Winter on fire: Ukraine's Fight for Freedom. Direção: Evgeny Afinnevsky. EUA, 2015 (102 min).

Filme sobre o levante estudantil ucraniano em 2014, que levou a uma luta nacional por direitos civis no país.

As entrevistas de Putin. Direção: Oliver Stores. EYA, 2017 (232 min).

Durante um período de dois anos, o cineasta estadunidense Oliver Stone realizou uma série de entrevistas com o presidente russo Vladimir Putin.

Para ouvir:

Fronteiras invisíveis do futebol – Ucrânia – Parte 1. Podcast Xadrez Verbal. 

Fronteiras invisíveis do futebol – Ucrânia – Parte 2. Podcast Xadrez Verbal.

Os impactos das sanções contra a Rússia. Podcast Estadão Notícias.

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