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Manoel: o gari camaquense

“Gosto muito do que faço”, diz Manoel. Entretanto, gari relata o preconceito com a profissão. Confira a luta diária por respeito e visibilidade

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20/01/2019 - 08h18min Daniel Oliveira - Blog do Juares / Foto: Daniel Oliveira Corrigir

Manoel Fortunato Lencine, 58 anos, homem batalhador, pai de 5 filhos e gari há mais de 9 anos em Camaquã. Manoel começa sua jornada às 7 horas da manhã, de segunda a sábado, com a missão de deixar a cidade limpa, bem como tornar as vias públicas mais agradáveis para a população. “Gosto muito do que faço, não estou roubando, eu ganho meu dinheiro honestamente”, diz Manoel.

Mas como se não bastasse a rotina pesada de Manoel, a população parece ter um olhar diferente para quem limpa a cidade vestido de laranja por aí. O homem invisível na maior parte do tempo, e imaginem... Quando finalmente notam ele, é alvo de olhares de discriminação, preconceito e suspeita. ”Algumas pessoas guardam a bolsa quando avistam a gente, isso é triste.. mas já me acostumei”. Parece coisa do século passado, mas não é.

Como ele chegou até aqui? Qual é sua história? Bem, Manoel é natural de Camaquã, mas morou algum tempo em São Jerônimo. Já foi maçariqueiro, pedreiro e já trabalhou em estaleiro. Manoel conta que estava desempregado, e foi aí que achou a oportunidade, e então trabalha até hoje como gari. Manoel relata que quando é questionado se tem vergonha da sua profissão, responde com orgulho que jamais sentiria vergonha de trabalhar honestamente. Ele ainda relata que seus colegas de profissão são uma família para ele, aprendeu e ensinou muito durante os anos.

Manoel reconhece que a maioria evita a prática, mas alguns camaquenses deixam as lixeiras de lado para descartar o lixo no chão. Por trás do uniforme laranja, Manoel tem sonho como todo mundo... E claro que eu não ia deixar de querer descobrir ele...

-Seu maior sonho?

- A paz dos meus filhos e que a população tenha consciência com a cidade, que cuide mais dela. É um sonho simples, mas não deixa de ser um.

Além Do que os Olhos Podem Ver é uma série de crônicas/reportagem escritas por Daniel Oliveira, publicadas no portal de notícias Blog do JuaresAlém Do que os Olhos Podem Ver narra histórias que não ganham muita visibilidade entre a sociedade, histórias de amor, superação, histórias que mostram que há muito mais do que nós podemos observar. A notícia está em todo o lugar, basta que o jornalista saiba buscá-la. O autor está atrás de histórias, não importa onde, quando, porquê ou como.

Confira os episódios anteriores:

6. Tio Plínio: o frentista carismático

5. Benzedeiras: mulheres que curam pela fé

4. A memória da Praça dos Macacos

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