O bebê de um mês que foi testado positivo para Covid-19 em Novo Hamburgo, na Região Metropolitana de Porto Alegre, recebeu alta do hospital na manhã desta quinta-feira (9). O menino, que estava internado na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) no Hospital Municipal de Novo Hamburgo, foi o primeiro bebê do
De acordo com o pediatra e especialista em neonatologia, Pierre Prunes, desde o dia 26 de março o menino não apresentava mais sintomas do vírus.
"Nós consideramos sempre, um bebê ou um paciente, se em 14 dias dias ele está assintomático, ele se torna um paciente curado. Esse é um dos critérios", explicou o médico, que é coordenador da Unidade Neonatal do hospital.
Segundo Prunes, o bebê estava internado e em isolamento devido doença congênita e acabou contraindo o vírus. Ele apresentou tosse, acúmulo de secreção e leve dificuldade de respirar e foi colocado no oxigênio.
"Fizemos a pesquisa para os vírus comuns e eles vieram negativos. Coletamos para coronavírus e foi resultado negativo o primeiro exame. Mas não acreditamos, em função da sintomatologia, coletamos novamente e deu positivo", relatou o coordenador.
A partir de agora, mesmo em casa o bebê terá um acompanhamento de profissionais da saúde e em 15 dias passará por uma consulta de revisão médica. Ele será sessões de fisioterapia em casa três vezes por semana, acompanhamento nutricional e a família contará com assistência social e psicológica.
"Como o bebê estava isolado, ele não recebia leite materno de forma adequada e suficiente, tendo que fazer complemento com leite artificial, que foi disponibilizado também", afirmou Prunes.
O médico afirma que a recomendação para a família do menino é seguir as políticas de isolamento social. A família também recebeu equipamentos de proteção individual.
"Os bebês têm uma imunidade diferente dos adultos, é mais precária, não são protegidos imunologicamente pela faixa etária. Ele fará isolamento social como todo e qualquer bebê, mas também pela patologia de base e patologia agravada pelo corona. Por mais que tenha um critério de cura, todo vírus é agressivo, tanto em adulto e recém nascido, ele faz lesões que precisam ser recuperadas com o passar do tempo", ressalta o médico.
O coordenador da Unidade Neonatal lamenta que o bebê tenha sido contaminado, mas também comemora a plena recuperação do menino.
"Não gostaria de estar passando por isso. Mas em uma pandemia não está livre de acontecer. Conversei muito com a família, expliquei que uma pandemia o vírus não escolhe raça, cor, dinheiro", aponta.
"Comemoramos a vida. É uma grata satisfação ter saído dessa triste notícia, de ter sido o primeiro no Brasil, mas sair com o bebê bem restabelecido e clinicamente saudável e em condição plenas", finaliza o médico.