Após o governo Bolsonaro anunciar as quatro novas parcelas de R$ 300, entidades da sociedade civil estão reuindo esforços para que o Legislativo a votar e alterar a medida provisória (MP) 1000/20, permitindo a manutenção do valor de R$ 600 mensais do benefício, e de R$ 1.200 para mães chefes de família, sem modificações nos outros programas sociais do Executivo.
“É uma enorme falácia posicionar essa questão como tirar do pobre para o paupérrimo, escondendo que os ricos também fazem parte dessa equação”, afirmou Paola Carvalho, diretora de relações institucionais da Rede Brasileira de Renda Básica.
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“Em todo o mundo a pandemia foi mais um momento de concentração de renda e no Brasil, onde a desigualdade é astronômica, as consequências foram ainda mais perversas, empurrando milhares de brasileiros para a fome e a pobreza. É hora do Congresso Nacional fazer sua parte para reduzir essa injustiça”, diz Paola.
De acordo com o Yahoo Notícias, o novo valor do benefício está previsto na medida provisória, que deve ser apreciada e votada pelo Congresso em 120 dias. No entanto, como a medida passa a valer no momento de sua publicação, o governo espera que a matéria não seja votada, para evitar que os parlamentares acabem aprovando um valor maior.
Mas analistas duvidam que o Congresso consiga votar a alteração até o fim do mês, quando acaba o pagamento das parcelas de R$ 600. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), não parece interessado em pautar a medida provisória, que já recebeu mais de 200 emendas.
“Tem algo que não consigo compreender: se o povo na rua quer o auxílio de R$ 600, se os colegas deputados e senadores querem o auxílio em R$ 600, quem não quer o auxílio em R$ 600? Peço a Vossa Excelência que exponha ao Brasil os interesses escusos ou não que impedem que a MP seja votada”, questionou o deputado federal André Janones (Avante-MG) a Rodrigo Maia.
Conforme defende a equipe econômica de Jair Bolsonaro, caso o auxílio não fosse apenas de R$ 300 até o final do ano, o rombo nas contas públicas seria ainda maior, tornando insustentável o benefício. Nos próximos dias, novos comunicados serão divulgados sobre o caso da MP 1000.