Foi concluído nessa quinta-feira (10) o inquérito policial sobre a morte de João Alberto Freitas, de 40 anos, que foi espancado e morto no dia 19 de novembro, no estacionamento do hipermercado Carrefour, no bairro Passo D’Areia, Região Norte de Porto Alegre. Além do ex-PM temporário Giovane Gaspar da Silva, do segurança da empresa terceirizada Vector Magno Braz Borges e da fiscal do Carrefour Adriana Alves Dutra - os três já presos apontados como autores do crime -, foram indiciados e tiveram a prisão solicitada por autoria ou participação no crime mais um funcionário da empresa de vigilância Vector, Paulo Francisco da Silva, e outros dois funcionários do Carrefour, Kleiton Silva Santos e Rafael Rezende. Todos irão responder por homicídio doloso triplamente qualificado.
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Ao todo, a Polícia Civil colheu 33 depoimentos ao longo da investigação, que estava sob responsabilidade da 2ª Delegacia de Homicídios de Porto Alegre. Após análise das imagens sobre o caso, a polícia apontou Paulo Francisco da Silva como autor do homicídio por ter impedido que a companheira de João tentasse ajudar quando ele ainda respirava. Kleiton Silva Santos e Rafael Rezende são apontados como "participantes" na autoria do crime por terem sido flagrados com menor intensidade e tempo nas agressões.
Os agravantes do crime, segundo o inquérito, foram asfixia, recurso que impossibilitou a defesa da vítima e motivo torpe, quando há um fato reprovado moral e socialmente. A investigação também apontou que não houve motivo fútil por conta da condição socioeconômica de João Alberto, entre outros fatores pré-concebidos no inconsciente das pessoas, mas que determinam condutas automáticas. A polícia não encontrou provas de que o caso tenha sido motivado por injúria racial, apesar de entender que faz parte do contexto envolvendo motivo torpe por existir um racismo estrutural na sociedade com influência indireta na abordagem à vítima.
De acordo com a perícia feita no local do crime, o Instituto-Geral de Perícias (IGP) apontou que houve ação contundente contra a cabeça da vítima, com embate somente no estacionamento. Já a necropsia destacou asfixia mecânica, uma sufocação indireta, como causa da morte de João Alberto. Houve compressão do tórax, impedindo a expansão do pulmão e obstruindo a respiração até provocar a asfixia. Não foram encontrados sinais de embriaguez ou uso de drogas.
O inquérito já foi remetido à Justiça e a polícia aguarda a aprovação da solicitação de prisão preventiva dos outros três indiciados. A pena prevista para homicídio doloso qualificado é de 12 a 30 anos de prisão.
Com informações da GaúchaZH